O senador Renan Calheiros sofreu duas derrotas em Murici: Ronaldo Lessa  perdeu para Téo Vilela e José Serra venceu Dilma Rousseff, apesar de toda a estrutura que Renan montou com o irmão Remi - que é o prefeito.

Em Arapiraca, a vitória de Téo Vilela - que também venceu lá no primeiro turno - deixou o prefeito Luciano Barbosa, aliado de Renan, numa situação desfavorável para a sucessão municipal em 2012. A vitória de Téo em Arapiraca foi avassaladora - o governador obteve 50 mil 522 votos, contra 38 mil 230 para Lessa.

O resultado das urnas no segundo turno mostrou que Renan e a oposição terão de encontrar outro discurso.

POR QUE RONALDO LESSA PERDEU?

Um amigo perguntou o que pesou contra Ronaldo Lessa?

Na minha avaliação o que de pior o candidato enfrentou foi o índice de aprovação do governador Téo Vilela – que foi sempre superior a 70% e um governo com mais de 70% de aprovação só perde uma eleição se quiser.

Esse índice de aprovação considerável do governador Téo Vilela anulou o discurso da oposição, que insistia em desqualificar o governo que a maioria esmagadora da população aprova. É como dar murro em ponta de faca.

E, se não fosse o engajamento dos senadores Fernando Collor e Renan Calheiros a vantagem de Téo sobre Lessa teria sido ainda mais elástica. Collor e Renan não puderam ajudar Lessa a se eleger, mas, com certeza evitaram a derrota mais fragorosa.

Então, na minha avaliação, o que pesou contra Lessa além do índice de aprovação do governo Téo Vilela foi o erro de estratégia que ele e os aliados cometeram – e isto desde o discurso repetitivo e retrogrado, até a incapacidade de se fazerem acreditar.

Por exemplo: quando insistia em dizer que as obras em execução no Estado eram todas financiadas pelo governo federal, a oposição fazia apologia à eficiência e à capacidade do governo. A dedução é lógica: se o governo federal mandou dinheiro era porque o governador merecia.

Pior é que essa dedução leva a outra: e por que o governo federal não mandou dinheiro antes?

Portanto, o governador Téo Vilela se reelegeu por mérito. E olhe que Téo derrotou Lessa, Renan, Collor, Luciano Barbosa, parte da imprensa e alguns institutos de pesquisas – que agem de má-fé e manipulam dados.

E qual as conseqüências no quadro político no Estado?

É que agora é Téo, é Téo, é Téo; e mais: Benedito de Lira e Cícero Almeida. O governador Téo Vilela se reelegeu e está muito mais fortalecido que no primeiro mandato.