Não podemos compactuar com o genocídio que vem ocorrendo em nossas ruas, por meio do extermínio de homens e mulheres de cidadania negligenciada por um estado inoperante, por políticas públicas de resultado criticável, por uma sociedade que assiste apática aos homicídios que vitimam os moradores de rua de Maceió.
Por isso, designados pela Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL), eu e o colega advogado Gabriel Ciríaco Lira vamos acompanhar os inquéritos instaurados quanto a estes crimes, ainda covardemente impunes.
A quem interessam estas mortes? Sob o mando de quem e com qual fim elas foram e são praticadas? Que pecado cometeram estes seres humanos indefesos para merecerem esta pena capital, ilegal, nefasta e bandida? É o que queremos saber.
Porém, mais que isso, vamos cobrar ações concretas por parte do Estado e do Município. Pois o homicídio praticado no silêncio cúmplice de nossas ruas e avenidas são o último lance em uma escala reveladora da falência do poder constituído nesta contraditória Alagoas.
Quais são as políticas de assistência social que a Prefeitura de Maceió vem executando em prol destes, sim, cidadãos?
Como anda a investigação destes assassinatos, sob a alçada da Polícia Civil e da Secretaria de Estado da Defesa Social?
Perguntas que merecem respostas e que serão por nós colocadas, de forma contundente, na missão a nós confiada pelo presidente Omar Coelho.
E o que faremos se as respostas não vierem a contento, de modo transparente e em tempo de evitar que mais vidas ceifadas?
Simplesmente, utilizaremos as ferramentas que a Lei permite.
Vamos responsabilizar juridicamente os gestores públicos por não atuarem em consonância com suas atribuições, e por não garantirem que tais moradores de rua tenham nem sequer o mínimo e mais essencial direito garantido, que é o direito universal à Vida.
Desrepeito indicador de já estamos, há tempos, imersos em um descomunal cenário de injustiças. O caso dos moradores de rua mortos em nossa cidade mostra que quando pensamos que a vilania humana pode ter fim, esta se despe e se exibe, de fato, inesgotável.
Já foram mais de 20 homicídios somente em 2010.
Não permitamos que Alagoas ostente, nos próximos anos, mais este indicador de nossa impotência, leniência e vergonha.

Welton Roberto