(ATUALIZADO ÀS 20h15min)

A Polícia Federal está procurando os ex-governadores Ronaldo Lessa e Manoel Gomes de Barros, e o dono da empreiteira Gautama, Zuleido Veras, para trazê-los à força para depor no inquérito da "Operação Navalha" - que apura o superfaturamento da obra da macrodrenagem do Tabuleiro do Martins.

Eles foram convocados para depor nesta terça-feira, 19, mas não compareceram à PF.

No caso de Lessa, o problema é que ele assinou o aditivo no valor de R$ 14 milhões em favor da Gautamo. O superintendente da PF em Alagoas, delegado Amaro Vieira, disse que Lessa foi intimado três vezes e não pode alegar desconhecer a convocação para depor.

O candidato a governador pela "Frente de Oposição" está em lugar incerto; a assesoria dele diz que Lessa está em Brasília, mas não permite contato telefônico com ele. O jornalista Beto Macário, do Cada MInuto, insistiu para conversar com Lessa, mas um assessor identificado como Marcos disse que ele estava numa reunião e não poderia atender.

Gente! O que é que é isso?

Lessa pode se apresentar voluntariamente e, pelo que nos foi informado, ele deve ir à PF pela madrugada para evitar a imprensa. O problema é que tem cinegrafista de plantão nas imediações da PF e se o plano for esse é melhor não arriscar.

Mas, se não se apresentar pode ser trazido à força para depor - é o que diz o Artigo 260 do Código Penal.

(ATUALIZADO ÀS 14h40MIN)

Se não aparecer para justificar a ausência no depoimento que foi marcado para a manhã desta terça-feira, 19 - ele ou o advogado de defesa - o candidato a governador Ronaldo Lessa será enquadrado no Artigo 260 do Código de Processo Penal - advertiu a Polícia Federal, através da Assessoria de Comunicação.

Ninguém sabe onde Lessa se encontra; a assessoria dele informou que Lessa está em Brasília para gravar para o "guia eleitoral" ao lado do presidente Lula, mas o presidente viajou para o Sul de Goiás. No final da manhã, surgiu a informação de que Lessa estaria em Coruripe aguardando o desfecho favorável a ele - que não quer depor na PF temendo ser filmado e fotografado, ou mesmo indiciado no inquérito da "Operação Navalha".

A PF também informou que o advogado José Fragoso, que defende Lessa, recebeu sim a intimação para Lessa depor e isso se deu mais de uma vez - a última intimação, de acordo com a PF, foi assinada por Fragoso no sábado, 16.

 

(ATUALIZADO ÀS 11H45MIN)

O candidato a governador Ronaldo Lessa viajou a Brasilia para tentar impedir o seu depoimento na Polícioa Federal antes da eleição de 31 de outubro. A versão de que foi gravar com o presidente Lula para o "guia eleitoral" é o ardil usado pela assessoria - o presidente Lula está no município de Catalão, interior de Goiás.

Lessa ficou preocupado com a repercussão negativa, quando fosse filmado e fotografado entrando ou saindo da sede da Polícia Federal. E, o pior, é que ele soube que sairia da PF indiciado no inquérito da "Operação Navalha" - que apura irregularidades no contrato com a empreiteira Gautama para obras em Alagoas.

Lessa tenta em Brasília adiar o depoimento para depois da eleição, e isto mediante convencimento, e, se não conseguir vai apelar para um mandado de segurança que o desobrigue do depoimento antes da eleição no segundo turno.

 POLÍCIA FEDERAL CONFIRMA DEPOIMENTO DE LESSA

A Polícia Federal confirmou o depoimento do ex-governador Ronaldo Lessa, na manhã desta terça-feira, 19, no inquérito da “Operação Navalha” – que apura o superfaturamento da obra de macro-drenagem no Tabuleiro do Martins.

Mas, a assessoria de Lessa disse que ele está em Brasília e que não vai depor porque não recebeu a intimação da PF – o que não é verdade; os advogados dele receberam a intimação feita por dois agentes federais na sexta-feira, 15.

Na verdade, Lessa está preocupado em ser fotografado e filmado chegando ou saindo da sede da PF ou, o que é ainda pior, sair de lá indiciado por conta do aditivo que assinou no valor de R$ 14 milhões em favor da empreiteira Gautama, do empresário Zuleido Veras – que também tem depoimento marcado para esta terça-feira.

Lessa e Zuleido Veras devem se encontrar na ante-sala do delegado federal, que vai ouvir os dois. E tudo indica que os dois sairão da PF indiciados porque, além desse, tem outro inquérito do Ministério Público Federal, de número 000313925/2009, que enquadra Lessa por formação de quadrilha e corrupção, e também se relaciona à “Operação Navalha”.

Esse segundo processo contra Lessa tramita na 4ª Vara da Justiça Federal.