Fazer do dia 31 de novembro o dia do Saci.
Tornar obrigatório que os carros circulem com farol baixo aceso durante o dia.
Instituir o Conselho Nacional do Samba.
Nada contra nosso preciso folclore, muito menos contra a precaução extrema de se acender os faróis de nossos automóveis debaixo de um sol maceioense e, portanto, escaldante. E mais, defendo que tudo deve ser feito em prol do samba e de nosso carnaval.
Estes temas precisam ser objetos de legislação específica? Acredito que não. Porém, nossos congressistas já propuseram Projetos de Lei com estes temas de “urgente” e “inadiável” “relevância nacional”.
Uma piada sem a menor graça!
E aí, nos vem o questionamento: para que serve um vereador, um deputado estadual, um deputado federal ou um senador? Para legislar pelo bem da sociedade e fiscalizar o executivo, inicial e prioritariamente.
E em um cenário de pobreza extrema como o de Alagoas, no qual os recursos federais são valiosíssimos e a capacidade de investimento do Tesouro Estadual é limitada, acredito que propor e lutar pela execução de emendas no Orçamento Geral da União também deve ser uma ação esperada pelos parlamentares em Brasília. Assim como defender o uso coerente dos recursos do estado e dos municípios, para deputados estaduais e vereadores.
As eleições de domingo apresentaram resultados importantes. Especialmente no que diz respeito à renovação nas casas legislativas da Assembleia, Senado e Câmara, em ordem crescente.
Na Assembléia, nomes novos surgiram no cenário dos 27 deputados estaduais. Dos 2 senadores, um será iniciante na missão de atuar em nosso alto parlamento. Entre os deputados federais a renovação foi contundente. Muito se espera desta nova bancada na Câmara dos Deputados em particular, a qual poderá contribuir de forma grandiosa com nossas inadiáveis demandas de campeões às avessas dos rankings sociais.
Dos parlamentares recém eleitos esperamos que, primeiro, honrem o voto dos alagoanos lutando para banir a corrupção da atividade política. Segundo, que exerçam com vigor as funções e os deveres que o cargo lhes confere. Terceiro, que sejam protagonistas de ações que levem o Brasil, e em especial nossa Alagoas, ao desenvolvimento humano a que tanto almejamos.
E que não percam tempo problematizando ou discutindo questões inócuas, propostas vazias e iniciativas, no mínimo, ridículas.
No Brasil, exemplos destas ações parlamentares são inúmeros. Já houve câmara de vereadores do Centro-Oeste que aprovou a criação de uma reserva para pouso de OVNIS (Objetos Voadores Não Identificados). Em Alagoas, até tentaram mediante Lei Estadual rebatizar o Rei Pelé com o nome de Rainha Marta.
Precisamos de qualidade entre nossos legisladores. Caso contrário, a atividade parlamentar, essencial à democracia, continuará sendo objeto de repulsa e por vezes de chacota. Ou mais: seguirá de modo nocivo sendo alvo de descrédito e de alienação.
Em tempo: recentemente assisti a um programa esclarecedor na Globo News sobre o papel do parlamentar.
Ofereço o link. Bom programa!