Na última vez que a disputa pelo governo do Estado envolveu três grandes forças políticas, em 1965, a esquerda venceu.
Venceu, mas não assumiu o governo; de última hora inventaram a maioria absoluta e Muniz Falcão não pôde tomar posse.
O governo militar nomeou o general Batista Tubino como interventor e depois aboliu a eleição direta para governador – que só foi restabelecida em 1982.
Em 82, a esquerda lançou o advogado José Costa sabendo que não tinha chance de vencer. Zé Costa só poderia ser votado onde o partido dele tivesse diretório – e, na época, ser oposição era complicado.
A disputa entre três forças políticas se repete este ano, se Ronaldo Lessa conseguir se livrar das pendências judiciais. Senão, a eleição se resolve no primeiro turno.
Claro, a história não se repete – a não ser em forma de tragédia, como ensina o mestre – mas, é muito parecida.
Em 1965, o senador Arnon de Mello rompeu com a UDN e fundou o PDC para disputar o governo do Estado contra Rui Palmeira – que era apoiado por Teotônio Vilela, o menestrel.
Na eleição este ano o filho de Arnon enfrenta o filho de Teotônio. E Lessa pode ser o Muniz Falcão amanhã, com o risco de vencer e não assumir.
Sendo assim, na eleição este ano em Alagoas só temos mesmo duas novidades:
1) A dança do Biu
2) A ausência de assaltos a bancos e roubo de cargas – que eram comuns até a eleição de 2006.
É ou não é?
A campanha do candidato ao Senado, Benedito de Lira, é a mais bem-bolada desta eleição. Biu pode até não se eleger, mas sua campanha provou que o marqueteiro faz a diferença – quando ele é bom mesmo. Claro.
O Biu pode até dançar nas urnas, mas está fazendo um estrago danado.