(Atualizado às 21h50min)

Sobre a dança dos números nas pesquisas de intenção de votos para o governo do Estado, à parte os desencontros, um amigo que já trabalhou no GAPE disse-me em off que o instituto foi sobrecarregado.

Ouvir mais de 1 mil pessoas, e depois juntar os dados e tudo isso em apenas 1 dia de pesquisa é de fato tarefa hercúlea – disse-me este ex-integrante do GAPE, na época do economista Ivan Scala, para explicar-me o desencontro dos números.

Agradeço a colaboração e entendo perfeitamente, afinal, este amigo é pupilo do professor Mendonça – que foi também meu professor de Elementos de Estatística, na Ufal, e é um profissional competente.

E, para mostrar a isenção, o amigo que me pediu anonimato e a contragosto aceitei me deu a dica de pauta ao recomendar que comparasse o resultado da pesquisa anterior, para concluir quem cresceu e quem caiu ou estagnou.

E, sobretudo, que me detivesse no índice de rejeição de cada candidato a governador. Fiz tal qual este amigo recomendou e conclui o seguinte:

O governador Téo Vilela cresceu e chegou a 24 pontos; o senador Fernando Collor caiu e Ronaldo Lessa cresceu 1 ponto só.

Em compensação, Lessa tem o menor índice de rejeição – que é apenas 12 por cento; Collor tem o maior índice de rejeição, com 27% e Téo tem 22% de rejeição – que também caiu em relação a pesquisa anterior.

O que o amigo internauta acha? Eu, por exemplo, acho que o resultado da pesquisa do Ibope só foi ruim mesmo para o senador Fernando Collor – ainda que esteja empatado tecnicamente com Lessa.

O resultado da pesquisa do Ibope só foi bom mesmo para o Téo – que subiu e passou dos 20% da intenção de votos.

O amigo também me disse outra coisa: em todas as pesquisas realizadas até agora com seriedade, o Lessa sempre esteve na frente. O detalhe é que o governador Téo Vilela,.que estava muito lá atrás, apressou os passos e chegou a 24% dos votos.

Está encostando.

É isso?
 

Téo lembra 2006, quando as pesquisas também lhe derrotavam

Os números da pesquisa do Ibope para o governo de Alagoas deixam a disputa embolada, ainda que o candidato Ronaldo Lessa (PDT) figure em primeiro lugar com 29%das intenções de votos.

E não há novidade alguma, pois esses eram os números reais que o governador Téo Vilela (PSDB, candidato à reeleição dispunha e com a certeza de que pode administrá-lo porque nenhum dos três candidatos passou dos 30% das intenções de votos.

Surpresa mesmo foi para o senador Fernando Collor (PTB), pois a pesquisa do Ibrape e do GAPE lhe apresentaram muito à frente, quase chegando aos 40% dos votos, o que deixa os dois institutos alagoanos numa situação vexatória.

A diferença entre os números do Ibope para os apresentados pelo Ibrape e pelo GAPE é muito grande e qualquer explicação carece de muita fundamentação.

Onde foi que erraram?

O governador Téo Vilela recebeu o resultado da pesquisa com tranqüilidade e disse que já estava acostumado com esses números; em 2006 ele não se elegeria governador e Lessa era o senador votado com 60% dos votos.

Mas, os números das pesquisas não bateram com o número de votos nas urnas e Téo se elegeu quando estava derrotado pelas pesquisas, e Lessa perdeu quando as pesquisas lhe davam por eleito para o Senado.

Lessa tem um sério problema a enfrentar – que é o julgamento do recurso pelo Tribunal Superior Eleitoral contra a impugnação de sua candidatura.

Se for vitorioso no TSE a tendência é aumentar o percentual; se perder a tendência é os votos dele migrarem.

De qualquer forma, está comprovado o que dissemos no post anterior acerca do percentual de votos para o governador Téo Vilela – que jamais poderia ser inferior a 20% como apresentou a pesquisa do GAPE.

NR – Na coluna Contexto, de O Jornal, edição desta terça-feira, nós dissemos que o julgamento do recurso de Ronaldo Lessa pelo TSE não seria nesta terça-feira, conforme foi anunciado..