O censo 2010 do IBGE vai revelar uma população ilegítima de brancos em Alagoas. É isso mesmo; uma das curiosidades anotadas pelos 3 mil recenseadores que já visitaram 1 terço de 1,1 milhão de domicílios é que a maioria dos entrevistados se declara de cor branca.

- Qual a cor da sua pele?

- Branca – responde o entrevistado.

E, como o recenseador é obrigado a registrar o que lhe respondem, está aí a estatística irreal do censo 2010, com Alagoas com uma população branca que não existe.

Na condição de negro, eu fico a matutar: a Hebe Camargo, que é morena e virou “galega” tem razão; numa entrevista nas páginas amarelas da Veja, Hebe disse certa vez que o próprio negro é que se discrimina.

E citou casos de negros famosos, cuja primeira preocupação é casar com mulher branca. E, de fato, os exemplos são muitos.

Na edição deste domingo de O Jornal eu abri a coluna que escrevo, “Contexto”, abordando o tema com o título: Negro, eu?

Pois é; estamos diante de dois casos sérios:

1) O censo 2010, no que se refere a definição da cor da população, não vai refletir a realidade.

2) O mais grave, é que a discriminação é do próprio negro.

Gente! Por favor: a epiderme é apenas um detalhe do corpo.