Eis aí uma pergunta cuja resposta é intrigante, porque coincidência não existe: por que até a eleição de 2006 era fácil, facílimo, assaltar agências bancárias em Alagoas?

Eu procurei a resposta e o que encontrei é mesmo hilário; descobri que até 2006 era fácil assaltar agências bancárias em Alagoas porque o sargento Garcia era quem comandava as investigações.

E como o sargento Garcia continua sargento, mas não comanda mais nada, os assaltos cessaram de uma forma tão brusca que só pode ser esse mesmo o entendimento.

Mas, observem que o número de assaltos a bancos caiu em Alagoas e aumentou na Paraíba. Será que uma coisa tem a ver com a outra?

Bom, não sei. Mas, em 2004 eu estava em Brasília e acompanhei várias sessões da CPI da Pistolagem, na Câmara Federal, e confesso que me surpreendi com as revelações do relator, deputado federal Luiz Couto (PT-PB) – e sugiro que leiam o relatório dele.

Disse o relator que havia entre Alagoas, Pernambuco e a Paraíba um conluio criminoso, de modo que a tropa daqui ataca por lá e as tropas de lá agiam por aqui. Esse intercâmbio do crime explica muita coisa – quem sabe, os assaltantes migraram para lá porque o sargento Garcia foi defenestrado aqui?

Eu mesmo estava em Palmeira dos Índios no dia que assaltaram a agência do Banco do Brasil, em maio de 2003, e vi o quanto foi fácil a ação – ainda que impossível, devido a localização da agência desestimular o assalto.

A agência do BB em Palmeira dos Índios está localizada no centro da cidade, que fica congestionado dificultando a fuga. Mas, mesmo assim foi assaltada. E um dos assaltantes estava tão à vontade que foi à banca de dona Maria e comprou chicletes e balas – de hortelã, claro – enquanto desfilava com o fuzil à bandoleira.

E depois sumiram todos, antes de o sargento Garcia chegar. E os assaltantes ainda contaram com a ajuda do sargento Garcia – que seguiu na direção oposta por onde o bando havia fugido; e quando se tocou que errou o caminho, já era tarde demais.

Na ausência de outra explicação plausível só posso culpar o sargento Garcia. Mas, pode ser também porque hoje tem o secretário Paulo Rubim, os delegados Marcílio Barenco e José Edson e os heróis da 17ª Vara – juízes e promotores, nossos anjos-da-guarda.

O que o amigo internauta acha: por que até 2006 era tão fácil assaltar agências bancárias em Alagoas, especialmente em ano eleitoral, e hoje não é mais?