É da lei que o eleitor seja esclarecido; é da lei que todos têm direito à informação. Mas, também é da lei que se tente fazer o contrário – que é impedir o esclarecimento do eleitor e censurar a informação.
Há doze dias o Cada Minuto foi censurado quatro vezes, e pela mesma coligação – que não quer permitir a discussão sobre a inelegibilidade ou não do candidato a governador Ronaldo Lessa (PDT); que não quer discutir a censura ao semanário Extra, e coisas e tais.
A censura é abominável porque, no fundo, não censura nada; pode-se queimar um livro, mas não se queima uma idéia. A censura, pois, é burra.
Foi no auge da censura do governo militar, que a cultura nacional mais produziu. E no final, os censores militares descobriram que não haviam censurado nada – o que eles cortavam ou simplesmente vetavam ressurgiu depois em diferentes frentes.
Quando analiso a questão da lei do “Ficha Limpa” eu me baseio única e exclusivamente no que o ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, tem repetido reiteradas vezes. E essa não é a posição apenas do presidente, mas, de pelo menos a metade dos ministros do TSE.
E por que não permitir a discussão? Não sei; só sei que foi assim: o Cada Minuto está proibido de falar sobre esse assunto e mais o episódio com o semanário Extra.
O pretexto da censura ao semanário foi uma nota sobre pesquisa eleitoral que não foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral – que é um bom pretexto; mas, na mesma edição o semanário tratava do desvio de R$ 495 milhões no governo Lessa.
São temas que virão à discussão e não tem quem possa deter porque são resultados de ações de denúncias do Ministério Público. Mais cedo, mais tarde vão virar manchetes porque são objetos de apuração.
Além disso, a gente só censura os nossos defeitos. A censura é igual a esconder o vento - ele sempre escapa.
A censura é o aborto do direito à informação. Por favor, em nome da democracia e do direito à informação, parem de tomar a pílula!
Deixem o filho nascer...