Na gíria militar diz-se que o soldado é superior ao tempo e inferior ao menos graduado. Diz-se também que soldado explica, mas não justifica.
No lamentável episódio do desvio de donativos às vítimas da tragédia das enchentes em Alagoas, e que envolve militares do Corpo de Bombeiros, há que se reparar:
1) O erro de meia-dúzia de delinqüentes não deve jamais macular o nome de uma corporação que presta inestimável serviço à sociedade.
2) A humanidade é desumana, mas ainda temos chance.
Uma coisa, porém, intriga a sociedade – que não sabe o que é pior: o desvio de conduta ou a blindagem dos responsáveis.
Tem oficiais envolvidos; fala-se também de um político com mandato, que é dono de uma empresa de segurança, que presta serviços no galpão alugado para guardar os donativos – e que não prestou segurança nenhuma.
Mas, até agora, só o pobre do soldado foi identificado. E vai sobrar pra ele; é a primeira quadrilha formada por apenas um – e isto deve ser a Matemática Moderna, onde tem até Conjunto Vazio.
O prazo de trinta dias para se apurar a pilhagem é uma eternidade. E, pela blindagem que se vê, se a conclusão for pela azeitona como culpada – que ninguém se surpreenda.
Uma coisa é certa: o soldado não agiu sozinho. E a apuração deve levar em conta o aluguel ou a ocupação do galpão sem o conhecimento do comando.
Se o problema era espaço, por que não pediram ao Exército? Por que alugar ou ocupar um galpão sem comunicar aos superiores?
NR - Por dever de justiça, não cito o nome do soldado porque não informaram o nome do restante da quadrilha.