Ontem debati com meus amigos Bruno Lamenha (@pandarecos) e Gerd Baggenstoss (@GerdBaggenstoss)no Twitter sobre as declarações de Índio da Costa com relação à ligação do PT com as FARC e o narcotráfico. Meus amigos acharam que o debate está fora de rumo e que teria sido um erro do candidato a vice entrar nessa seara. Falaram em rebaixamento do debate. Também o jornalismo petista ficou meio chateado com isso. Parece ser um tema proibido.
Concordo com meus amigos que Índio da Costa poderia ter feito o debate de forma mais cuidadosa, mas, na essência, ele não falou nenhuma mentira. Ora, se ninguém nega a ligação do PT com as FARC e se as FARC praticam tráfico de narcóticos, a inferência é um claro silogismo.
Ele não disse que o PT pratica tráfico de drogas. Mas, deixemos de hipocrisia. O PT é ligado às FARC e ninguém nega. Ambos estavam juntos no Foro de São Paulo. Em 2005, petistas se reuniram em Brasília com representantes das FARC, que prometeu US$ 5 milhões ao partido. Ninguém nega esse fato, mas o dinheiro nunca apareceu.
Além disso tudo, Dilma assinou requisição para que a mulher de Olivério Medina, representante das FARC no Brasil, trabalhasse no Ministério da Pesca. Isso está documentado!
Diante de tudo isso, como dizer que não há ligações?
Dilma disse que não iria “se rebaixar” e negou comentar a afirmação de Serra, que reafirmou a ligação do PT com as FARC. Não acho que tocar nesse assunto seja rebaixamento. Estar ligado a uma organização terrorista tem uma grande relevância para o futuro do país, notadamente quanto a questões internacionais e ligadas a direitos humanos.
Veja-se o exemplo da política externa do governo atual. Vive privilegiando ditadores e dando corda para Hugo Chávez. Se Lula “paz e amor” foi capaz disso, imagine uma Dilma com os radicais do PT por trás. Como conseqüência pragmática dessa ligação, o governo brasileiro se recusa a reconhecer que as FARC são um grupo terrorista. Esse debate não é importante?
O tema é relevante e deve mesmo ser debatido. O PT fica com raiva porque quer posar de democrata. Dilma, na verdade, quer servir a dois senhores. Gosta dos autoritários da esquerda, mas quer ser amiga da democracia e do mercado. Um dia fala mal do MST, no outro veste o seu boné. Qual a verdadeira Dilma? Qual o verdadeiro PT?