O prazo para realização de convenções terminou dia 30, mas vale mesmo é o que está escrito; o que vale é a ata.
E a ata é capaz de operar milagres; é capaz de fazer constar o que não se passou. O pior é que a legislação contribui para tal, quando tolera cinco dias para recebê-la.
Deveria exigir uma taquigrafa e, ato contínuo, receber a ata poucos minutos depois, mas não quer; a legislação é tolerante e, dia 5, a ata da convenção chega e só Deus sabe se nela consta a verdade.
O jogo começa mesmo dia 5, mas nem assim se pode acreditar que será tal qual consta na ata, porquanto o candidato majoritário pode ser trocado até na véspera da eleição. Pode desistir sem precisar ser substituído – é isto o que a legislação permite, contribuindo e muito para as imperfeições do nosso sistema eleitoral.
Mas, fazer o quê?
Nunca houve eleição tão complicada em Alagoas, porque antes a disputa se dava entre duas correntes. Agora são três.
Digamos que o governador Téo Vilela representa a UDN, o senador Fernando Collor representa o PDC – o partido que o pai dele criou quando se tornou dissidente; e a oposição robustecida com o crescimento da classe média que, de ordinário, emergiu do serviço público municipal, estadual e federal.
Ronaldo Lessa representa essa oposição, que Muniz Falcão só conseguiu representá-la por 15 anos. Essa oposição hoje tem carro e apartamento na orla, casa de praia e, no mínimo, diploma de bacharel disso ou daquilo.
Essa é a primeira eleição para o governo do Estado na era da Internet – e quase 10 por cento da população do Estado estão conectadas, segundo o IBGE. E também a primeira eleição com três grandes forças; dois ex-governadores e um deles ex-presidente da República, e o atual governador – que surpreende positivamente.
Caros internautas: se é assim, como explicar a posição do senador Fernando Collor – que não completou a chapa de senador? Qual a alternativa verdadeira?
1) Collor não é candidato.
2) Collor é candidato e não lançou chapa completa para o Senado, porque acredita que Ronaldo Lessa não será candidato.
3) Collor não lançou chapa completa para o Senado, porque acha que ainda vai se juntar ao senador Renan Calheiros lá na frente.