Li na Folha uma notícia interessante. Comento depois.


Por Eduardo Geraque, na Folha:
Ao menos 17 cidades que foram praticamente destruídas por conta das enchentes das últimas semanas em Alagoas e em Pernambuco já foram cenários de outras tragédias provocadas pelas chuvas desde 2003. Esses municípios correspondem a 30% do total dos 57 que hoje estão em situação de emergência ou em estado de calamidade pública nos dois Estados por conta da chuva, mostra levantamento da Defesa Civil.
Nos anos em que a chuva deu trégua para elas, as cidades vizinhas é que foram castigadas -a zona da mata é alvo constante das enchentes pelo fato de ser cortada por dois rios importantes. Mesmo assim, quase nada foi investido em medidas de prevenção. Alagoas, por exemplo, admite que, neste ano, nem sequer apresentou projeto para obter ajuda federal para evitar o problema.
O levantamento feito pela Folha usou como base os dados copilados no Sistema Nacional de Defesa Civil. Até agora, foram contabilizados 45 mortos desde o início da chuva -16 em Pernambuco e 29 em Alagoas. Nos dois Estados, mais de 154 mil pessoas tiveram que sair de casa. Além disso, 607 continuam desaparecidas em Alagoas -saíram de casa e não foram localizadas.
O ministro Nelson Jobim (Defesa) comparou ontem a situação dos dois Estados com a tragédia do terremoto que devastou o Haiti, em janeiro deste ano. “Cenário como esse eu já vi no Haiti, e em outras condições. O cenário é péssimo. A situação é muito difícil. Houve uma precipitação de água inacreditável, em termos de derrubada de pontes, de casas.” Jobim disse que foram mobilizados soldados das Forças Armadas para ajudar os moradores das áreas atingidas.
Até a conclusão desta edição, a Defesa Civil contabilizava 57 cidades em estado de emergência, mas o número de municípios atingidos já passa de 80. Leia aqui.

Comento:
Não tenho muito mais o que dizer sobre essa tragédia que nos assola. Chuvas que causaram destruição de cidades inteiras e levaram tantos a um sofrimento inigualável. O que eu quero destacar é algo que está muito bem escrito num blogue aqui do lado, do meu amigo Yuri Brandão. Com texto firme, Yuri destaca a tragédia maior, que é a exploração político eleitoral da desgraça alheia. Nossa tragédia é política e moral.

No dia imediatamente posterior estava lá o nosso Collor a visitar as áreas enquanto Ronaldo Lessa descia o sarrafo no Governador. Eles podem falar? Por que não criticam seu aliado Lula? Afinal, ele não tem culpa pela desgraça? O que o governo federal fez para evitar a tragédia? Deixou de gastar com companheiros para investir em infra-estrutura? E os prefeitos?

É a nossa tragédia política e moral. Leiam o texto do blogue do Professor Yuri. Ele diz tudo.