O que será que conversaram além da ajuda para Alagoas recuperar os estragos causados pelas enchentes dos rios?
Será que conversaram sobre aquilo?
Os quatro só pensam naquilo e uma chance para estarem juntos, sei não...
Acho que conversaram.
O Lula tem gratidão pelo velho Teotônio e conheceu Téo antes de conhecer Collor e Renan. Foi assim:
Quando o Lula foi preso em 1979, por liderar a greve dos metalúrgicos no ABC paulista, ninguém queria conversa com ele – só o velho Teotônio.
Na época, o velho Teotônio era senador e mandou ligar para o então delegado da Dopse paulista, onde Lula ficou preso, para dizer que estava indo a São Paulo e não queria perder a viagem – o velho Teotônio queria visitar Lula na cadeia.
Nome do delegado da Dopse paulista, na época: Romeu Tuma.
Tuma tentou contra-argumentar mostrando que não sabia qual seria a reação do governo militar; a imprensa estava de prontidão na porta da Dopse e, com certeza, iria registrar a presença dele (o velho Teotônio)
Estabeleceu-se então o diálogo, que o próprio Teotônio nos contou na antiga sede da Tribuna de Alagoas, na Rua João Pessoa.
- Eu entro disfarçado. Ninguém vai me reconhecer.
- Reconhece senador. Vai ser estranho, mesmo o senhor disfarçado. Vão (os jornalistas) querer saber quem é (a figura disfarçada)
- Pois eu vou assim mesmo.
- Só tem uma maneira de o senhor entrar.
- Qual?
- É se o senhor vier no porta-malas do meu carro. Aí eu entro pela garagem privativa, dou ré, tem lá uma porta privativa e o senhor entra.
- Pois eu topo.
E assim o velho Teotônio fez. Pegou o avião e desceu em São Paulo, onde o delegado Romeu Tuma o aguardava num local combinado. O velho Teotônio entrou no porta-malas do Opala do delegado da Dopse na posição fetal.
E surpreendeu Lula na cela.
- Senador!
- Como vai?
Romeu Tuma mandou abrir o xadrez e deixou os dois conversando o tempo que quiseram. Lula não esqueceu essa passagem e o velho Teotônio, quando a gente perguntou o que ele achou do Lula, respondeu:
- É um cabra sabido da peste!
Surgiu daí a amizade, que aproximou Lula de Téo. A política separou os dois por conveniência, mas explica-se por aí o motivo de Lula ter tratado Alagoas tão bem.
E, numa chance dessas, duvido que não tenham conversado para tentar resolver o impasse. Tipo assim: Collor e Renan arrumam os votos para Dilma e Téo sobe a serra. Literalmente.
Besteira! O eleitorado de Alagoas é ínfimo em relação ao resto do País e, também, no primeiro mandato, Lula perdeu duas vezes para Serra e nem por isso deixou de se eleger.
O então governador Ronaldo Lessa, que o apoiou, não conseguiu impedir que Serra o derrotasse no primeiro e no segundo turno, nem que Alagoas fosse o único Estado onde Lula perdeu a eleição.
Lula, o cabra sabido da peste, já sabe que os votos estão com Téo, Collor e Renan.
O que o amigo internauta acha?