Constantemente a sociedade se depara com manchetes de jornais relacionadas com crimes passionais.
O caso da advogada Mércia Nakashima,cujo corpo foi encontrado numa represa na grande São Paulo, traz novamente à discussão essa modalidade de delito.
Como prevenir a ocorrência de tão desastroso ato?
Dentro da política de segurança pública isso é impossível, pois um agente público não tem como prever que determinado relacionamento amoroso acabará em morte.
Homicídios motivados pela paixão são mais comuns do que se divulgam. Antigamente previa-se a legítima defesa da honra para justificar o assassinato de uma mulher.
Assim aconteceu com o cantor Lindomar Castilho que matou Eliane de Grammont na frente de todos enquanto ela cantava num bar de São Paulo. Ele alegou a honra e a infidelidade dela em sua defesa. Foi condenado e cumpriu pena. Esse fato foi um marco no julgamento de crimes dessa natureza.
A família da vítima sofre sobremaneira a perda, especialmente em razão do relacionamento estreito com o algoz e a sensação de traição e torpeza por parte deste. Isso faz com que busquem, muitas vezes, por meios próprios a aplicação da lei penal, contratando advogado de acusação para auxiliar nas investigações e julgamento.
A repórter do programa Fantástico, Helena de Grammont, irmã de Eliane, foi uma guerreira na busca da condenação de Lindomar.
O mesmo aconteceu com Glória Perez no caso da morte de sua filha Daniela, atriz de novela da Rede Globo, morta por seu parceiro de interpretação Guilherme de Pádua.
Entretanto, em alguns casos a impunidade persiste. O homicídio da jovem jornalista Sandra Gomide por seu namorado, Pimenta Neves, então redator-chefe do Jornal o Estado de São Paulo, mostra o quanto a lei processual penal precisa ser aperfeiçoada, uma vez que já se passaram mais de dez anos e ele não foi punido.
Embora em menores proporções, homens também são vítimas de crimes passionais, seja em relacionamento hétero ou homossexual.
O homicida passional é na sua essência um fraco, derrotado e covarde, valendo-se da violência para uma vã autoafirmação.
Cabe a todos nós, enquanto familiar, buscar a prevenção deste tipo de delito, orientando o ente querido a respeito de relacionamentos conturbados e como se desvencilhar dele, uma vez que quem está de fora tem uma percepção melhor da situação.