O senador Marcello Crivella chamou de eleitoreira a PEC 300. Foi no programa do companheiro França Moura, da Rádio Jornal.
Pior que é.
Pior porque ouriçou os quartéis e as delegacias; policiais civis e militares foram provocados pela PEC eleitoreira – que, sendo eleitoreira, é irresponsável.
O piso nacional de salário do policial tendo como parâmetro os valores de Brasília é impraticável – e quem propôs a PEC sabe muito bem.
Mas, no ano eleitoral vale-tudo, até porque quem paga a conta é a viúva federal promiscua.
Claro que o policial deve ganhar bem. Mas, é preciso entender que Brasília é a excrescência: tem um governador que depende pra tudo da viúva federal; quem paga a polícia militar, civil e bombeiros é a Nação.
Os Estados não têm como acompanhar os valores dos soldos e vencimentos dos policiais em Brasília.
A emenda eleitoreira descamba para o inconstitucional, quando propõe fixar o valor na Constituição.
Ora, se a Constituição Brasileira consagrasse os valores dos soldos e vencimentos das policias estaria criando uma força militar e policial-civil paralela. E já existe uma polícia federal.
Mas, como dizer aos policiais que foi tudo uma brincadeira?
A PEC 300 será aprovada para se fazer cessar a perturbação na porta dos gabinetes dos congressistas e o presidente Lula tem 180 dias para sancioná-la.
O prazo vai até bem depois do segundo turno da eleição – se houver.
Tem tempo de sobra para empurrar com a barriga. Mas, e se os policiais se revoltarem contra o conto da PEC 300 e promoverem um levante!
Pois é; e se o Arapiraca for campeão?
PS – Faleceu em Maceió, aos 84 anos de idade, o desembargador aposentado Hélio Cabral de Vasconcelos. Ele foi prefeito de Santana do Ipanema, entre 1956/60, e criou o museu e a biblioteca pública. Era um homem de bem, que honrou a Justiça brasileira. Meus pêsames à família.