Nos últimos meses o sistema de distribuição de energia elétrica em Alagoas entrou em colapso. Os cortes no fornecimento atingem todo o Estado e, se falta energia elétrica, também falta agua.

Sem energia elétrica a bomba não funciona e sem a bomba a água não sobe; não escorre pelos canos às residências, estabelecimentos comerciais, escolas, hospitais, enfim, a água não chega à população.

E de quem é a culpa?

A origem da culpa está lá atrás e não adianta olhar pelo retrovisor porque não vai adiantar. A Ceal foi sucateada e em maio de 1997 o governo federal deu R$ 180 milhões pela sucata.

O dinheiro serviu para pagar parte dos salários do funcionalismo público, que sofreu horrores entre 1994/97. A venda da Ceal era a última tentativa do governador Divaldo Suruagy se manter no poder.

Debalde; no dia 17 de julho, dois meses depois de vender a Ceal, o governo caiu.

Enquanto nos outros Estados as empresas de energia elétrica foram privatizadas e movem-se pela eficiência, em Alagoas deu-se o contrário: a empresa foi federalizada.

As empresas privadas são geridas com objetividade e não precisam da burocracia estatal para definir os investimentos; na finada Ceal, antes da linha podre e a restauração tem o entrave burocrático que retarda as ações.

A Ceal já foi empresa modelo, mas a mau hábito político fez uso politiqueiro da empresa levando-a à derrocada.

O sistema de distribuição está obsoleto; há anos que a população  não recebe os 220 volts prometidos; à noite a iluminação nas cidades sofre queda brusca.  E nos últimos dias tem se dado o "apagão".

O problema se agravou porque agora o fornecimento é interrompido e a empresa demora para restabelecer o serviço.

E tudo isso se dá no momento em que o Estado precisa de energia elétrica para o estaleiro em Coruripe e para a Mineradora Vale Verde, em Arapiraca.

A Chesf tem energia para vender, mas a finada Ceal não tem linha para retransmiti-la. Ou melhor: a linha existe, mas está podre.