Iniciamos as discussões sobre alianças, coligações e candidaturas no Partido dos Trabalhadores em Alagoas com uma antecedência nunca antes vista. Em setembro de 2009 já tínhamos um candidato forte ao Senado: o ex-delegado da Polícia Federal José Pinto de Luna, que dispensa apresentações.
Ao que parecia nós havíamos começado, o delegado crente que iria ser candidato iniciou sua peregrinação, passou por todas as cidades do interior de Alagoas afrontando por onde passava as lideranças das oligarquias locais, os taturanas, os sanguessugas e tudo mais que está representado pela corja do Estado de Alagoas.
Para além desse enfrentamento a possibilidade de uma candidatura ao Senado com reais chances de vitória empolgou como nunca antes nossa militância. Foi a partir da esperança de retomarmos o PT lutador, do povo e dos trabalhadores que os diretórios do Partido antes adormecidos foram um a um se reabrindo. O PT voltou a ter fala dentro das universidades, escolas, casas, sindicatos. Para além dos petistas que estão na UNE e/ou na CUT, o Partido enquanto organismo político voltou a pulsar.
Mas ai veio a foto de Brasília, demonstração clara da postura subserviente que adotaríamos dali por diante. O PT não estava na foto, mas por seu tempo de TV, por ser o Partido do Presidente LULA e da pré Candidata Dilma Rousseff estaria de qualquer forma nos planos daquelas figuras que apareceram na foto e que não representam os interesses do povo alagoano, mas sim o interesse do “mais leal” aliado do governo LULA, o Senhor Dos Bois Renan Calheiros.
Foi a partir desse momento que o fio de esperança da militância começou a ser cortado. Foi nesse momento que em nome da eleição de DILMA as maiores atrocidades foram cometidas com o PT, com a militância e em especial com o pobre delegado.
Ao que parece no final das contas, demonstramos nossa incapacidade enquanto Partido de levar ao sofrido povo alagoano uma alternativa de esquerda, realmente afinada com o projeto nacional construído por LULA. O PT nacional também jogou duro contra a consolidação de um projeto petista para Alagoas. Que vão as favas os trabalhadores do estado, os militantes, os sindicalistas, aqueles que não querem se ver obrigados a votar nos mesmos de sempre que mudam de lado com a mesma velocidade que mudam de cueca.
A única preocupação é manter o Senhor Dos Bois feliz, eleito e de bom humor para manter o “apoio” do PMDB a um futuro e ainda incerto Governo Dilma. Merecemos mais que isso, queremos mais que isso. Mas não, nossa subserviência nos levará ao NADA, seguiremos como burros de carga.
E agora PT? O que fazer?
Esperar que o Senhor Dos Bois nos diga o que fazer, onde nos encaixaremos na tal Frente Popular e até que ponto podemos ser PT. Pois se não podemos ter uma forte candidatura nossa, seremos uma legenda onde os candidatos a deputado estadual e federal seguirão correndo sozinhos. Onde a liga que forma um Partido está ausente e na autofagia já conhecida, até que não sejamos nem sombra do que deveríamos ser: protagonistas da alternativa viável aos trabalhadores de Alagoas contra as oligarquias e as velhas figuras.
Esse é o triste quadro do PT em Alagoas, subserviente a tudo e a todos até mesmo ao comunista laranja que sempre imaginamos ser nosso aliado. O que será de nós é uma incógnita. Mas uma certeza tem-se. Seremos coadjuvantes, meros espectadores, militantes órfãos de uma identidade.
Seremos filiados ávidos por um PT que não nos respeita e não respeita sua própria história.
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