- Você conhece a estória do coelho com a coelha?

- Não – respondi-lhe.

Quando o secretário de Desenvolvimento Econômico, Luiz Otávio, me apresentou ao mega-empresário German Efromovich, o cenário não poderia ser melhor.

Estávamos no cais do antigo estaleiro Mauá, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, entre chapas de aço amontoadas, guindastes e três navios – dois deles para reparos e adaptações, e o outro novinho em folha aguardando o momento de entrar no mar.

Se é verdade que o homem se conhece no aperto de mão, então o cumprimento me deixou boa impressão; o mega-empresário é ranzinza, sim, mas não deve ser falso.

É certo que não vai investir R$ 1 bilhão e 500 milhões em Alagoas, apenas pelos lindos olhos dos alagoanos; mas, é certo que se encantou com o Estado porque sabe que pode aliar as três coisas: o interesse comercial, político e simpatia.

O mega-empresário gostou do governador Téo Vilela e, para se ter idéia, ele ficou em pé e cedeu o lugar para Téo se sentar à mesa onde estavam o vice-presidente da República, José Alencar, a esposa, dona Marize Gomes, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e o ministro dos Transportes,

Ficou o tempo todo ao lado do governador alagoano e fez questão de citar que iria construir em Alagoas um estaleiro duas vezes maior que o antigo Mauá – que hoje se chama EISA, que significa Estaleiro da Ilha S/A.

Dono da Aviação Nacional da Colômbia (Avianc), que é a maior empresa aérea colombiana, German Efromovich possui 65 boeings, mas só viaja na classe executiva quando há vaga; quando não se vendeu todos os bilhetes.

Se estiver lotada, ele embarca como passageiro comum na classe comercial e não aceita tratamento diferente pelos comissários.

Na verdade, German já opera em Alagoas; ele é dono de 860 barris diários de petróleo extraído na área do Tabuleiro do Martins.

Mas, é negócio pequeno considerando-se seu império que reúne estaleiro, companhia de aviação e hotéis espalhados pelo mundo.

Fiz-lhe então a pergunta, que ensejou a pergunta dele sobre se eu conhecia a estória do coelho com a coelha.

- O estaleiro em Alagoas é irreversível?

- O estaleiro em Alagoas não é mais virtual. O estaleiro em Alagoas é uma realidade. Será maior que esse aqui. Duas vezes! Vai gerar dez mil empregos diretos e indiretos.

- Não há o risco de ser instalado em outro Estado?

- Nós vamos para Alagoas. Você conhece a estória do coelho com a coelha?

- Não.

- O coelho e a coelha...quando terminaram o coelho perguntou: foi bom para você? Vai ser bom para Alagoas, sim, para todo mundo!

Tomara que o coelho também tenha gostado.Vamos aguardar ansiosos, porque o estaleiro em Coruripe significará a transformação radical do Litoral Sul. Um estaleiro implica numa série de investimentos periféricos, sobretudo para o setor de serviços públicos (hospitais, escolas, etc.) e privados (hotéis, supermercados, etc.)