Muito se falou sobre a estratégia de Serra nas eleições, agora que ele está empatado com a petista Dilma. Falam que, agora, ele parte para agressão. Eu, sinceramente, acho que a campanha de Serra começa muito bem. Afinal de contas a doutora Dilma é favorita! É ela o poste eleito por Lula e, por isso, qualquer sujeito bem informado sabia que a eleição iria ser duríssima.

O PT só não está bem na frente porque Dilma é uma péssima candidata. Sua biografia, ao ser contrastada com a dos demais candidatos mostra bem sua estatura política. É somente por causa do apoio e das ilegalidades cometidas por Lula que ela se sustenta não só como candidata viável, mas como favorita para vencer as eleições.

Sendo assim, acho correta a atitude de Serra de começar a falar grosso contra Dilma e o lado mais à esquerda do PT. Não se trata de agressão, mas de dizer o óbvio. Esse lado do PT não é o que ganhou a eleição. Pelo contrário, foi a guinada do PT para o centro que promoveu a vitória do “Lulinha paz e amor”.

Ele e Marina têm, então, que bater forte naquilo que há de pior no PT, que é a identificação com as teses autoritárias da esquerda. Com relação às suas teses liberais no campo da moralidade, acho que Marina e Serra têm muito a oferecer. Uma posição clara contra o aborto já seria interessante. O voto do povo brasileiro é muito mais conservador do que se pensa. Posições firmes sobre temas espinhosos como o aborto e as drogas, por exemplo, podem mostrar a ambigüidade de Dilma e enfraquecê-la.

Evo Morales e Hugo Chávez precisam ser temas da campanha! Bem como o MST e seus congêneres. Tenho certeza da posição de Dilma sobre o assunto, mas queria muito saber o que Serra e Marina pensam a respeito. Se enfrentarem esses temas, eu não tenho dúvidas, colocarão a doutora numa posição delicada. Essa posição ou será contraditória com relação à dos militantes esquerdistas, ou será impopular. Em ambos os casos, isso é bom para Serra e Marina e ruim para Dilma.

Serra começou bem batendo em Evo Morales. Espero que continue.