Nas últimas semanas o nome do Doutor Sapucaia ocupou novamente a mídia alagoana, despertando sentimentos bons e ruins em algumas pessoas. Essa situação é típica na história de vida desse notável e polêmico ser.
Seria um impropério não reconhecer a superação das suas virtudes em relação às falibilidades inerentes aos seres humanos.
É muito fácil traçar um paralelo entre o nome Sapucaia da origem botânica e o do nosso ilustre personagem. Assim consta em alguns documentários:
As sapucaias e seus frutos, nativos da terra, já eram bastante conhecidos e aproveitados pelas populações que habitavam o Brasil na época da chegada dos primeiros europeus, no século XVI. Estes, por sua vez, sentiram-se atraídos pelas qualidades da planta - útil, exótica e ornamental - e impressionaram-se com suas peculiaridades, tendo fornecido interessantes descrições e detalhamentos de sua conformação.
Não querendo tornar esse texto enfadonho, uma outra semelhança entre os seres em questão há de ficar para reflexão:
As amêndoas da sapucaia são muito apreciadas pelos animais silvestres e, especialmente, aproveitadas pelos macacos, capazes como são de alcançar as amêndoas ainda dentro das cumbucas quando elas começam a se abrir lá no alto da árvore. Aliás, um fato curioso envolve esses animais e a fruta, que, por isso, é também conhecida como cumbuca-de-macaco ou marmita-de-macaco. Segundo contam Pio Corrêa e vários outros estudiosos, o macaquinho novo, inexperiente, quando se depara com uma sapucaia aberta e cheia de gostosas amêndoas vai com muita sede ao pote, enfiando a mão na cumbuca para pegar um punhado delas, de uma só vez. Assim, quando tenta retirar a mão lá de dentro, ele não consegue ou se machuca, pois sua mão cheia de amêndoas não passa pela estreita abertura da sapucaia. O macaco velho não age assim. Com a sabedoria de quem aprendeu se machucando algumas vezes quando ainda era jovem, ele usa as pontas dos dedos para retirar as amêndoas uma a uma, enquanto vai comendo. Ao que parece, foi a predileção dos macacos pelos frutos da sapucaia que deu origem ao provérbio: "Macaco velho não põe a mão em cumbuca!"
Qualquer semelhança é mera coincidência!