É difícil aceitar essa movimentação toda do Brasil para apoiar a política nuclear do Irã. Afinal, qual o interesse pragmático do Brasil que justificaria tamanha subserviência a valores que não são nossos? Nossa Constituição proíbe o uso de energia nuclear para fins não pacíficos.
Na verdade, não há nenhum interesse específico à vista. O Brasil está num clima de ser uma “liderança mundial” e parece que as autoridades brasileiras resolveram alcançar esse patamar investindo contra os interesses dos EUA e das demais nações civilizadas. Tudo a favor da “pluralidade”. Assim, votam contra os direitos humanos e investem nas relações com países sem tradição democrática.
É incrível que os representantes da área internacional do governo sejam pautados pelo mais ridículo antiamericanismo. E o pior, comportam-se em questões sérias como se estivessem ali somente para confrontar a América. Qual o sentido disso? Qual a vantagem de sermos antiamericanos?
É uma crença adolescente. Um esquerdismo barato. Os EUA representam o sucesso do capitalismo e do liberalismo. Daí os esquerdistas adoram odiar os EUA. Chamam americano de “estadunidense” e torcem pela queda do Império. Eu pergunto: vão colocar o que no lugar dos EUA? A China?
Em que nossos valores sobre democracia e liberdade são diferentes do que os EUA representam? Que interesses imediatos justificam abandonar tais valores em favor do Irã?
Se os Estados Unidos têm defeitos, isso não significa que a pauta de valores representada pela nação americana seja alheia aos nossos interesses. Os excessos cometidos por governos americanos em nada se comparam ao que cometeriam os governantes do Irã se tivessem metade do poder que os EUA têm.
Nunca conseguiremos ser líderes na marra ou por meio do confronto com teses ligadas a direitos humanos ou à paz. Opondo-se à imposição de sanções contra o Irã e votando sempre a favor de governos que violam os direitos humanos o Brasil não está enfrentando os EUA, está confrontando a decência e a civilização.