Depois de chutar o pau da barraca, ao se lançar candidato a governador, o senador Fernando Collor (PTB) pegou a esposa e as duas filhas e foi descansar nos Estados Unidos.

De lá, Alagoas só pela Internet.

A fonte me disse que ele só retornará a Alagoas dia 20 de junho, na comitiva do presidente Lula. É de praxe o cerimonial do Palácio do Planalto convidar os senadores para acompanharem o presidente da República.

Mas, a data não é definitiva e está sujeita à margem de erro.

Collor tem o PTB na mão, logo ele não é pré-candidato, mas candidato mesmo, a não ser que desista. E tem tempo de sobra para matutar e traçar os planos.

Tem se especulado muito em nome dele, mas é tudo chute. Mente quem diz saber o que Collor está pensando; o senador adotou a máxima popular, segundo a qual quem fala muito dá bom bia a cavalo.

E, sobretudo, ele adotou a máximo do Aparício Torelle, mais conhecido como Barão de Itararé:

A criança diz o que faz
O velho diz o que fez
E o idiota diz o que vai fazer.

Enquanto Collor descansa nos Estados Unidos, outros tentam reerguer a barraca cujo pau ele chutou.

Debalde; nunca mais a barraca será erguida.

O pré-candidato Ronaldo Lessa, que também não é pré, pois é dono do PDT e, nessa condição é candidato mesmo, se esforça em vão.

A fotografia de Brasília ficou em preto e branco com o colorido. Até junho muita água ainda vai rolar embaixo da ponte, e muitos vão tentar mudar o curso do rio.

É cedo para projeções, mas é preciso levar em conta que o governador Téo Vilela estará no segundo turno; a questão é saber contra quem.

Com Lessa?

Com Collor?

Aqui para nós, eu acho que o governador Téo Vilela se reelege. Collor não tem nada a perder, mas Lessa, se ficar sem mandato, amplia a vala da sepultura política.

Sim, Lessa pode se eleger prefeito de Maceió em 2012. É verdade, mas, mais dois anos sem mandato é uma eternidade.

Ah! O presidente Lula apóia a candidatura de Lessa e vai mandar dinheiro para a campanha. Agora mande!

Só o inocente pueril pode acreditar em semelhante asneira. Lula nem queria receber ninguém e até adiou a reunião de terça-feira à noite!

Só concordou com a audiência depois de muito pelejar do ministro do Trabalho, Carlos Luppi, e do senador Renan Calheiros. Eles disseram a Lula que ficaria chato voltarem para Alagoas sem terem sido recebidos.

Lula precisa mais do PTB de Collor, do que de qualquer outra coisa em Alagoas. Quer reeleger o senador Renan, e isto é legítimo, mas Lula não sabia que o nó estava tão apertado.

E por falar em nó apertado, eu encerro este post com o desafio entre o extraordinário forrozeiro chamado Amazan e o fabuloso poeta popular cearense Luizinho de Irauçuba.

Os dois cantam:

Eu quero o nó apertado
Se quiser pode apertar
Nó quanto mais apertado
Melhor pra se desatar

Amazan desafia:

Quero que faça uma conta
Onde se veja adição
Subtração, divisão
Multiplicação já pronta.
A sua cabeça tonta
Vai ferver de tanta dor
Pois sem ser computador
Ninguém consegue essa cancha
Esse nó não se desmancha
Tai o nó, cantador!

E Luizinho responde:

Oito e oito dezesseis
Vezes três, quarenta e oito
Menos trinta são dezoito
Vamos dividir por três
Esse resultado é seis
No quadro, no divisor
Usei multiplicador
Adição, subtração
Mostrei cada operação
Traga outro nó, cantador.

Caros internautas: tai o nó apertado que o Collor deu. E esse nó não é seu, nem é meu. Esse nó é de alguém.

E se isso lhe convém
Por favor me tire dessa
O nó é para o Lessa,
Ou pra outro companheiro?
Será pro Renan Calheiros,
pra cair na esparrela?
Ou é para o Téo Vilela?
Quem souber diga primeiro.