Trinta anos depois de aterrar e dragar a Lagoa Mundaú para fazer o Dique-Estrada, quando foi prefeito de Maceió, o senador Fernando Collor (PTB) anuncia a rodovia Presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que é a complementação do projeto, três décadas depois.
Está marcada a entrevista dele no programa Cidadania, apresentado pelo radialista França Moura, na Rádio O Jornal, segunda-feira. Vai bombar.
Quem gosta dele vai ouvir e quem não gosta também; e quem disser que não o ouviu estará mentindo. Todos vão ouvi-lo.
Mas, vamos falar do projeto.
Se hoje é possível se fazer o famoso passeio das nove ilhas pela Lagoa Mundaú; se hoje os bairros da parte baixa no entorno da lagoa não inundam mais, isto se deve ao projeto do Collor quando foi prefeito.
A Lagoa Mundaú é a grande fossa a céu aberto de Maceió e o Collor, no começo da década de 80, trouxe a Ster – a draga que foi usada na obra do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro.
Aterrou a lagoa para ampliar o espaço urbano e abriu um canal com 12 metros de profundidade, sem o qual os catamarãs que hoje singram pela água lagunar conduzindo turistas não poderiam navegar.
Ao anunciar a rodovia Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, margeando a lagoa até o distrito do Rio Novo, Collor dá continuidade ao projeto que a má índole dos políticos alagoanos, de ordinário irresponsáveis e invejosos, não deram.
Se tivessem continuado, a Avenida Fernandes Lima não estaria hoje esgotada. O Dique-Estrada não era para ficar restrito entre o Pontal da Barra e a Vila Brejal – era para chegar até Rio Novo.
E por que não chegou?
Não chegou pelo mesmo motivo que um governador, em 1995, informou ao governo federal que Maceió não precisava do Hospital Geral; não chegou pelo mesmo motivo que, em 1995, um governador paralisou a construção do Canal do Sertão.
Ou seja, má índole dos nossos políticos.
Imagine alguém recusar um Hospital Geral do porte do que foi construído perto do Conjunto José Tenório! Imagine alguém suspender uma obra como o Canal do Sertão! Imagine o administrador não dá seqüência a um projeto como o Dique-Estrada!
Pois bem; na condição de gerente das obras do PAC, o Collor volta agora anunciando que vai concluir o projeto iniciado há três décadas.
E nem falou que o Dique-Estrada é um projeto dele. Pois é. E o medo que faz é a má índole dos nossos políticos – que não costumam dar continuidade; pior: costumam destruir o que encontraram pronto ou encaminhado.
Triste Alagoas. Oh! Quão dessemelhante.