Como educar uma criança? É ético recorrer à violência? Esse tema toma muito dos meus pensamentos quando me encontro diante daquela situação de desobediência explícita da criança que, desafiadora, faz exatamente aquilo que o pai proíbe.
Mas tenho uma convicção: a violência é uma extrema covardia com as crianças. Bater numa criança equivale a bater em alguém que absolutamente não pode se defender. Não há como justificar a violência como forma de educação.
Eu adotei uma técnica que vem dando certo. Nem tão progressista (só conversa) nem tão conservadora (na palmada).
Em primeiro lugar, eu me imponho pela autoridade, sem jamais tocar em um fio de cabelo do meu filho. Nem palmada nem beliscão. Falo grosso com meu filho quando necessário, pois ele me deve natural respeito. Parto desse pressuposto e sigo orientando meu filho sobre o que é melhor.
Evidentemente que o trato como amigo, mas, nos limites éticos fundamentais e mesmo em coisas corriqueiras, não abro mão da autoridade. Não me agrada em nada esse papo de que os filhos devem fazer escolhas livres e que os pais devem apenas conversar.
Não sei, mas acho que muita liberdade nessa fase levaria a um adolescente sem limites. É papel dos pais mostrar aos filhos certos limites que ele não encontrará sozinho. Nesse ponto, sou conservador mesmo. Acredito numa posição de superioridade entre pais e filhos e, exatamente por isso, os filhos devem ouvir seus pais que, no mínimo, têm mais experiência que eles. Os pais têm algo a aprender com seus filhos, mas os filhos têm muito mais. Colocar os filhos na mesma posição que os pais é burrice, e levará à falta de controle e de limites. Que adolescente será esse?
Isso, todavia, não significa que não devemos conversar. Meu menino já está com uma linguagem bem complexa. É impressionante a evolução até os quatro anos! Já tem clara noção do certo e errado, sabe mentir, enganar e ainda consegue contra-argumentar.
Não sei se é só o meu menino, mas essa fase é complicada para a educação ética. É preciso se esforçar para convencer a criança do que é bom e ruim. A autoridade é importante, mas ela sozinha não resolve. Precisamos ter argumentos para explicar às crianças o porquê das coisas. Não basta dizer “não faça isso”. É preciso explicar e justificar a proibição.
O importante é manter o equilíbrio. Deixar a violência de lado não significa esquecer a autoridade. É importante saber que às vezes um “não” na hora certa vale mais do que muita conversa ou do que muita palmada.