Num bate-papo com o jornalista Alexandre Lino, de O Jornal, ele me fez a observação que define muito bem o samba do crioulo doido em que se transformou o quadro eleitoral.

Disse-me que até agora só existe um candidato ao governo do Estado, que é o governador Téo Vilela. É verdade.

E ainda assim, companheiro Lino, nem mesmo o Téo disse ainda que é candidato. Mas será – se não for eu cegue!

O chapão lançou Ronaldo Lessa candidato a governador por exclusão; na reunião na casa do deputado federal Augusto Farias, onde o chapão nasceu, o senador Fernando Collor e o prefeito Cícero Almeida optaram pelos compromissos com os mandatos.

Collor disse que tinha mais quatro anos à frente no Senado; Almeida disse que tinha mais três anos na prefeitura e ambos abriram mão da candidatura ao governo do Estado. E ainda anteciparam para quem darão o primeiro voto para o Senado.

- Meu primeiro voto é para o senador Renan – declarou Collor solenemente.

- Meu primeiro voto é para Benedito de Lira – acompanhou Almeida.

Lessa, que anunciava a sua candidatura ao Senado, olhou para os lados e percebeu que na disputa majoritária sobrou para ele a candidatura ao governo do Estado. E deve ter pensado que os posicionamentos de Collor e Almeida significavam o lançamento indireto de seu nome à sucessão de Téo.

Tudo parecia definido, mas faltou o compromisso rastaqüera:

- Araruta, araruta! Quem trair é...

E faltou porque o objetivo não era escolher o candidato a governador; a reunião começou exatamente com as declarações de quem não queria (?) ser candidato ao governo.

Naquela reunião procurava se definir a situação do senador Renan Calheiros, que o presidente Lula exige seja reeleito. O PT, que tem o delegado federal Pinto de Luna como pré-candidato, vai trabalhar para reeleger o Renan – que foi sim importantíssimo para o governo Lula.

A eleição este ano já é complicada pela coincidência da Copa do Mundo; a Seleção Brasileira não será campeã, mas até a partida final é besteira pelejar com papo político.

Muita água ainda vai passar embaixo da ponte, tal qual o companheiro Lino colocou. E tudo é possível – até mesmo o Lessa ser candidato ao governo.