Não está sendo fácil à frente de oposição convencer os prefeitos a apoiarem Ronaldo Lessa à sucessão do governador Téo Vilela.
Ressabiados com o tratamento recebido no governo de Lessa (1999-2006), os prefeitos reeleitos em 2008 comparam o tratamento recebido no governo Téo – que tem sido muitíssimo melhor.
Os prefeitos se queixam de que, no governo Lessa, tinham dificuldade de conversar com o governador, mas o pior é a questão do ICMS dos municípios – que não era repassado.
Com o governador Téo Vilela a relação se inverteu; além de melhorar a acessibilidade, Téo já repassou cerca de 40 milhões de reais de ICMS retidos no governo Lessa.
Um prefeito ouvido pelo blogueiro e ligado ao senador Renan Calheiros disse que esse é o principal entrave no apoio à candidatura de Lessa.
Eleito em 2004 para um importante município do Agreste, esse prefeito disse-me que somente à Prefeitura dele o governo Lessa deixou de repassar mais de 2 milhões de reais.
- E não adiantava cobrar - disparou.
Em seguida, completou:
- Eu disse ao Renan que muita gente ainda não separou ele do Téo por isso (atraso no repasse do ICMS).
Para a frente de oposição, o pior é que a reação dos prefeitos veteranos, ou sejam, no segundo mandato, está contaminando os mais novos – que se elegeram em 2008.
Na semana passada, eu e o jornalista Carlos Melo, diretor do Cada Minuto, conversamos com o senador Renan Calheiros sobre isso. Renan admitiu essa dificuldade, mas tratou de minimizá-la.
Renan disse que, em compensação, o governo Lessa está muito bem na avaliação do funcionalismo público.
- É verdade que existe isso (a reação dos prefeitos), mas não é nada que não se possa reverter. Uma conversa franca, olho no olho, pode reverter isso. Em compensação, o Lessa está muito bem na avaliação de outros segmentos, como o funcionalismo público, onde o governo Téo está muito mal avaliado – disse Renan.
Mas, fica a dúvida na reação dos prefeitos: quem confia que tudo será diferente, num terceiro governo Lessa?