O empurrão da sociedade levou à solução do impasse com o licenciamento para instalação do estaleiro em Coruripe.

Depois do parecer estapafúrdio dos técnicos do IBAMA, a sociedade entendeu que havia sim algo de estranho emperrando o negócio.

Foi assim com a termelétrica; a diferença é que, com a termelétrica, pode-se desviar a atenção e enganar a sociedade com a UPGN – Unidade de Processamento de Gás Natural.

A UPGN não representa nada em comparação com a termelétrica, até porque os 28 mil litros de gasolina que extrai com o processamento do gás são levados para refino na Bahia e ficam por lá mesmo.

Alagoas possui a maior reserva de gás natural dissociado do petróleo, do país. Produz 2 milhões de metros cúbicos por dia, mas fica com a menor parte. Quem se beneficia mesmo do gás alagoano é a Bahia, Sergipe e Pernambuco.

Imagine que Pernambuco não produz gás, mas tomou a termelétrica de Alagoas; a termelétrica pernambucana funciona com o gás alagoano – que segue por dutos até Cabo de Santo Agostinho.

Alagoas é a vaca leiteira, cujo dono não tem direito ao queijo e à manteiga.

Com o estaleiro de Coruripe parecia se repetir o filme da termelétrica, até mesmo com o personagem principal, que é o ex-deputado federal João Caldas.

Caldas lutou sozinho pela termelétrica; e foi João Caldas que convenceu o empresário German Efromovich a instalar o estaleiro em Alagoas.

Finalmente, a luz verde acendeu; na reunião em Brasília ficou acertado que o IBAMA vai conceder licença provisória de instalação para não atrasar a obra. É que, sem a licença, não se pode fazer as licitações para aquisição do material.

E sem material a obra não anda.