Alguns amigos e leitores me cobram uma opinião sobre a denúncia contra os estudantes da UFAL, acusados de desacato e outros crimes no episódio da invasão da reunião do CONSUNI. A reunião decidiria sobre o programa do governo chamado REUNI, que os estudantes eram contra. No meio da reunião, os estudantes entraram na sala e gritaram contra a Reitora e outras autoridades. Em suma, impediram a realização da reunião.

Não conheço o caso do ponto de vista penal, pois seria necessária uma individualização dos atos imputados a cada um dos acusados. No entanto, posso dizer simplesmente que não concordo com a abordagem do movimento estudantil. Estão falando em “criminalização do movimento estudantil”. Acusam perseguição por parte da Reitoria, como se qualquer protesto de estudantes pudesse ser objeto de ação penal.

Ora, estudante também pode ser criminoso, desde que pratique crime. Fui claro? Então, da mesma forma que digo que eles não podem ser considerados culpados sem a análise do processo, também não posso admitir que falem em perseguição por parte da Reitoria.

Quem causou o tumulto foram os estudantes. Eles invadiram a reunião gritando e pedindo "democracia" (risos). Bateram nos seguranças. Cercaram os que compunham a mesa. Os alunos denunciados estavam na tal manifestação, que não foi nada pacífica. Diante disso, o normal é que a UFAL tome providências contra esse tipo de atitude de uma minoria de desordeiros e o MP, se acha que houve crime, deve mesmo é denunciar. Agora é hora de a defesa apresentar seus argumentos. Isso não tem nada de perseguição.

A Reitora já cometeu o erro de negociar com baderneiros. Em outra ocasião, dois anos atrás, eles invadiram o ambiente público da Reitoria e montaram suas barracas. Ficou aquela coisa linda na UFAL. A Reitora negociou e eles saíram. Ficou refém do movimento estudantil e esperou que eles fossem gentis. Foi muita inocência. Quis ser tolerante e na primeira oportunidade, os mesmos baderneiros partiram para a briga e conseguiram barrar a reunião do CONSUNI pela violência. Ainda reclamaram dos seguranças! Queriam o quê? Bater na Reitora?

Assim, a despeito da questão criminal, houve desrespeito pela instituição e pela democracia, já que estavam atrapalhando uma reunião legalmente constituída de um órgão que tem representação de todas as instâncias da Universidade. Já era hora mesmo de a Reitora deixar de tolerar esse tipo de ameaça.

Eu tenho é pena de quem serviu de instrumento para certos partidos nanicos. Agora, responde sozinho e abandonado por aqueles que o usaram. É triste.

Atualização em 15/04/2010

Recebi a informação dos amigos Fernando Falcão e Andreas Krell que, na verdade, não foi a Reitoria que pediu a investigação. Foram os estudantes que mostraram o vídeo ao Ministério Público. Ao constatar os fatos, o MP percebeu que não houve irregularidades na atuação das autoridades universitárias, mas sim dos estudantes. Isso prova que o fato está longe de ser perseguição.