A perícia criminal exerce um papel preponderante no contexto do devido processo legal através dos laudos que emite a partir do local de crime.

A sociedade brasileira acompanhou atentamente o recente julgamento dos Nardonis, cujo resultado foi a condenação dos réus a uma pena exemplar. Os laudos periciais e os depoimentos dos peritos foram decisivos no veredito do caso, deixando os jurados seguros para emitirem seus votos.

Em nosso Estado, infelizmente, a história é diferente.

Os peritos criminais amargam um estágio de penúria sem precedentes. A comunidade técnica científica está esfacelada. Peritos, Papiloscopistas e Médicos Legistas estão desamparados para exercerem suas atividades, mantendo a rotina de trabalho apenas por sentimento de amor à causa.

A reclamação é geral no que diz respeito aos investimentos nos respectivos Institutos. Os salários e a jornada de trabalho são aviltantes às respectivas categorias.

Ao contrário de que muitos pensam, o trabalho dos peritos criminais não serve apenas para condenar, muitas vezes embasam absolvições, traduzindo-se, em última análise, em instrumento de promoção da Justiça.

Os olhos dos peritos são os olhos dos julgadores, pois eles reproduzem o que veem na cena do crime, perpetuando as evidências nos laudos que integram o processo até última instância.

No quadro de violência atual em Alagoas, indispensável e urgente a contratação de novos peritos por meio de concurso público e a interiorização da perícia criminal, especialmente nas cidades pólos.

 
Nota: Veja a manifestação dos peritos criminais em nosso site: www.pintodeluna.com.br