Na semana passada, o deputado federal Benedito de Lira procurou o prefeito Cícero Almeida para desfazer o que considera mal-entendido. O diálogo entre os dois foi nesse tom, segundo uma testemunha relatou a mim e ao jornalista Wadson Régis:
Benedito – Estão dizendo por aí que eu neguei a legenda para você disputar o governo do Estado. Você quer ser candidato a governador? Diga! Se quiser eu dou a legenda agora!
Almeida – Quero.
Benedito – Então ligue para o Ronaldo (Lessa) e fale pra ele que você é candidato.
O prefeito ligou para Lessa e obteve dele o apoio; Lessa se ofereceu para ser o candidato a vice-governador e exigiu apenas que o apoiasse para prefeito de Maceió em 2012.
O prefeito viajou para Brasília às pressas para contar a novidade; a conversa com Benedito de Lira reascendeu a esperança de disputar o governo do Estado e Almeida precisava conversar com os senadores Renan Calheiros e Fernando Collor.
O prefeito tem até esta quarta-feira e o prazo é fatal. Para ser candidato ao governo do Estado ele precisa se afastar da prefeitura e do aval de Renan e Collor ; mais que isso, ele precisa do compromisso da vice-prefeita Lourdinha Lyra de não mexer na equipe que nomeou, principalmente nas Secretarias de Finanças e na Infra-Estrutura.
Humilhada e relegada há seis anos, Lourdinha mostrou que é mesmo decente e mulher de fibra; ela poderia muito bem fingir concordar e não cumprir o acordo – o que não significaria traição, mas a devolução na mesma moeda do tratamento que recebeu do prefeito.
Mas, não; Lourdinha mandou dizer que, se assumir a prefeitura, na segunda-feira, 5, nomeará a sua equipe e já tem os nomes da sua confiança para todas as secretarias, especialmente Finanças e Infra-Estrutura.
O prefeito deu uma ré da gota serena e o impasse ganhou outra dimensão. Afinal, o prefeito não disse que conversou com Deus e Deus lhe falou que a sua vez era em 2014?