Quando ouvi o governador Téo Vilela denunciar os maus alagoanos que trabalham contra os interesses do Estado, lembrei-me o relato do empresário italiano que desejava montar uma fábrica de fraldas descartáveis e absorvente feminino em Alagoas.

O nome do empresário italiano é Cesari e ele não se recusa a relatar o que se passou, porque até hoje está indignado.

Foi o seguinte: Cesari procurou o governo para saber quais os incentivos que oferecia para instalar a fábrica. É verdade que ele não chegou a conversar com o governador da época – ele se reuniu com a quadrilha que assaltou o erário estadual.

Conversa vai, conversa vem, a quadrilha lhe apresentou a conta da despesa: R$ 8 milhões entre gastos com o licenciamento ambiental, taxa disso e daquilo, se quisesse investir no Estado.

Cesari ficou indignado e não aceitou. No dia seguinte recebeu um telefonema de um dos punguistas oficiais baixando o valor da extorsão para R$ 5 milhões – que ele também se recusou a pagar.

Dois dias depois, o mesmo punguista voltou a lhe telefonar com outra proposta; ele pedia agora R$ 3,5 milhões. O empresário italiano encerrou a conversa avisando que estava indo para Sergipe – e foi.

Em Sergipe, Cesari tratou diretamente com o governador. Resultado: a fábrica de fraldas descartáveis e absorvente feminino está instalada no Estado vizinho, onde recebeu um lote com toda infraestrutura e incentivos fiscais, inclusive o financiamento do imposto a recolher.

É verdade que não tem mais volta; o empresário italiano não vai tirar a fábrica de Sergipe. Mas, é bom alguém avisá-lo de que o governo mudou e os punguistas foram defenestrados.

Isto porque o empresário, que ainda está indignado, faz a pior propaganda de Alagoas para os patricios.