O mar avança na Barra Nova; é a revolta do Mar. Pode-se dizer que o impacto é grande, mas a revolta do mar não surpreende.
Nem mesmo aqueles que destruíram o mangue para implantação de condomínios e loteamentos devem estar surpresos; eles sabiam que o mar iria se revoltar.
A Prainha sumiu e várias casas estão condenadas; os proprietários não conseguem passar à frente nem mesmo entregando o imóvel de graça.
É da natureza a barra se projetar sempre em direção ao Sul. A barra já foi no Trapiche – daí o nome Trapiche da Barra; depois arrebentou no Pontal – daí o nome Pontal da Barra e, em seguida, estourou próxima a Ilha de Santa Rita – e virou a Barra Nova.
Mas, o desmatamento e o aterramento apressaram o processo – que se desenrolaria natural e agora se desenrola traumático. O mar está procurando outra barra, porque a Barra Nova não serve mais; a Barra Nova foi aterrada.
Desmataram e aterraram o mangue com a conivência das autoridades que deveriam proteger o meio-ambiente; ninguém fez nada para impedir o crime.
Derrubaram o mangue e construíram um condomínio bem na boca da barra e as autoridades não viram o crime.
Mataram a barra nova e ninguém fez nada.
Surpreende, agora, a celeuma em torno do estaleiro de Coruripe. A dúvida é: há mesmo a preocupação ambiental? E a dúvida leva à pergunta: então por que deixaram que matassem a barra nova?