O deputado federal Benedito de Lira (PP) continua confuso. Na entrevista coletiva convocada pelo chapão para apresentar à imprensa o candidato ao governo do Estado, na sexta-feira, ele não queria ir – e só apareceu devido à insistência do senador Renan Calheiros e do empresário João Lyra.
Foi à coletiva, mas manteve-se discreto num canto. O jornalista Eduardo Cardeal, do Cada Minuto, encarregado de cobrir a entrevista, ouviu quando a ex-prefeita Rosiane Beltrão tentava demover Benedito da idéia de ir embora antes da coletiva terminar.
- Fique aí, Benedito. Espere um pouco – apelava a ex-prefeita.
Mas, Benedito de Lira deixou a reunião tão apressado que errou a porta de saída. O semblante dele estava carregado; ele não conseguia disfarçar o desconforto. Mas, qual o motivo de Benedito de Lira se sentir tão desconfortado?
É o seguinte: no chapão não há garantia para eleger o filho, Artur, deputado federal – e o filho de Benedito não pode perder a imunidade parlamentar, que no Brasil se confunde com impunidade.
Benedito de Lira fez as contas e concluiu que o chapão elegerá entre quatro e cinco deputados federais – e Artur não está entre os eleitos.
São nove vagas na Câmara Federal para Alagoas e a única chance de Benedito eleger o filho para a sua vaga é fora do chapão. Para deixá-lo ainda mais confuso, Benedito tem recebido várias cantadas do governador Téo Vilela – que trabalha agora para chutar o tabuleiro de dama.
Para piorar a situação, ele soube que o prefeito Cícero Almeida culpa-o por não ter sido lançado candidato a governador quando o cavalo estava selado na porta.
Daí, caros internautas, que ninguém se surpreenda se Benedito puxar o carro.