A greve dos policiais civis alagoanos está ficando hilária. Primeiro, com o slogan que depõe contra a categoria e nivela por baixo a todos, pois devemos fazer exceções, porquanto existem os policiais civis dedicados, competentes e trabalhadores.
Ao fincarem as cruzes na praia simbolizando a violência, os policiais civis exibem o resultado da própria incompetência; se, honestamente, nunca se matou tanto e nunca se roubou tanto em Alagoas é porque, honestamente, eles não trabalham honestamente.
Daí, o slogan é o tiro pela culatra; é o tiro no próprio pé da instituição – que, repito, merece o respeito da sociedade, pois nem todos são omissos e politiqueiros.
Mas, no protesto desta quinta-feira em frente ao prédio onde reside o governador Téo Vilela o espetáculo assumiu proporções circenses de quinta categoria. Além de não trabalharem, os grevistas impediam os que querem trabalhar e, pior, perturbaram o sossego público.
Indignada com o barulho e com a manifestação descabida fazendo apologia à violência, uma senhora que mora no mesmo prédio do governador deu verdadeira lição de moral nos grevistas. Enquanto rasgava a faixa que sujava a frente do prédio ela esbravejava:
- Vão trabalhar! Se estão matando, se estão roubando é porque vocês não estão trabalhando. Saiam da minha porta, senão vou chamar a polícia.
A senhora chamou a polícia que trabalha, claro, e esta apareceu para retirar os perturbadores da ordem publica da frente das residências de quem paga imposto para ver a polícia trabalhando.
Do jeito que vai, com o slogan que tem, a greve desses policiais civis que só trabalham quando estão em greve vai acabar como quadro humorístico do programa Zorra Total.
Só faltou a senhora dizer: tô pagando... (imposto) e saiam da minha porta. Vão trabalhar!