Em troca da segurança, a direção do Balneário do SESC Guaxuma sempre reconheceu e privilegiou a polícia; todo policial em serviço tinha a regalia de emburacar – não digo nem entrar – nas instalações do balneário e servirem-se à vontade.

Uns tinham consciência, outros não. Uns se comportavam bem e outros abusavam. Uns traziam a família e agiam civilizadamente, outros traziam amigos, amantes e agregados e sujavam tudo; mijavam fora do caco – literalmente; jogavam papel e resto de comida no chão, ainda que vizinhos do lixeiro.

Aí, a direção do balneário decidiu regular, pois quem não vive para servir não serve para viver; quem não tem gratidão e não sabe reconhecer; quem não sabe se comportar como gente tem que ser tratado como bicho – e nem todo bicho, com certeza.

A nova ordem foi: só os policiais comprovadamente em serviço – sim, porque antes aparecia uma tropa maior que o exército de Napoleão – tinha acesso livre e direito à refeição – que era oferecida em quentinhas personalizadas; comida de general.

As quentinhas eram (são) entregues na portaria mediante identificação. Pois bem: depois disso acabou a segurança e um comando do mal invadiu o balneário e, sabendo onde estava o que queria, levou o que quis.

Uma sugestão à direção do Balneário do SESC: é melhor chamar o bandido.