A polícia militar está esgotada; praças e os oficiais subalternos estão no limite. A tensão é permanente, o que deixa a rotina por demais estressante.
É urgente que o governo reponha o efetivo – que está defasado em 100 por cento. A PM deve ser prioridade porque faz o policiamento ostensivo e rege-se por Regulamento Disciplinar – que é diferente de Estatuto.
A PM está na rua, mas tem muita rua para poucos PM vigiarem. Em 2000 foi reconhecida oficialmente a existência de 50 bairros em Maceió, número que triplicou em vinte anos.
Maceió cresceu, surgiram novos bairros, mas não surgiram novos policiais. A segurança pública loteada com políticos comprometeu-se com crimes; não por acaso aconteceram prisões de autoridades policiais de primeiro escalão, e isto favoreceu a violência.
É certo que a violência não se combate apenas com a polícia, mas também é certo que a defasagem no aparato policial do Estado deixa a sociedade acuada.
Mesmo com educação para todos, ainda assim o policial é necessário porque o crime não se extirpa simplesmente; apenas se controla. Mas, é isto o que o Estado não está conseguindo – que é controlar a violência.
Nem mesmo a violência policial. A cena dos policiais do BOPE batendo num preso não é produto do treinamento, nem da índole. É produto dessa violência que vem das ruas e desse estresse.
O BOPE é uma tropa de elite para ser utilizada em casos especiais, mas que está sendo utilizada para patrulhamentos de rotina.
Não estou defendendo a violência policial; o que mostro é a realidade cruel que se impõe nos bastidores da PM, com escalas de serviços apertadas, soldos baixos e carência de pessoal.
É imperioso resolver as causas porque as conseqüências são apêndices das causas e vêm por diferentes vias.
O grave é que: a PM está cansada. E a sociedade também.