No golpe militar de 1964 os policiais encarregados da repressão passaram a receber gratificação para caçar comunistas.
Mas, não havia tantos comunistas assim em Maceió e a gratificação foi suspensa no final da década de 60.
Pra quê suspenderam?
Bastou anunciar a suspensão da gratificação e uma bomba estourou no banheiro do antigo Cine São Luiz, na Rua do Comércio.
Ninguém se feriu. Quem colocou a bomba tinha apenas a intenção de reagir à suspensão da gratificação e, graças a Deus, não queria atingir ninguém.
Eu conheci a pessoa que colocou a bomba no São Luiz. Já velho, ele confessou tudo; só não disse quem o mandou colocar a bomba.
Apurada a procedência da bomba e, sobretudo, o interesse de quem a fez detonar, logo o problema foi solucionado e nenhuma outra bomba se fez estourar.
Os assaltos a restaurantes em Maceió lembram-me o caso da bomba no São Luiz. Ora, sabe-se que coincidência não existe.
Coincidência só existiria se fosse possível que dois corpos pudessem ocupar o mesmo espaço, ao mesmo tempo – aí seria coincidência.
Como isso é impossível, então não existe coincidência; nada coincide com nada.
Então, por que será que os assaltos a bares e restaurantes em Maceió começaram a ser praticados quando foi desmontada a estrutura suspeita de comando da segurança pública no Estado – o que ocorreu no atual governo?
Coincidência?
Mas, coincidência não existe!
Então...
Ah, sim; falta ainda a polícia desvendar o assalto amigo ao paiol em Jacarecica. Tudo leva a crê que uma coisa tem a ver com a outra; no mínimo, pode ter algo a ver com a reação de quem não gostou do desmonte da estrutura antiga de segurança pública.
Pense nisso, doutor! Não é possível tanta facilidade para se assaltar impunemente restaurantes em Maceió.