Definitivamente, alguém muito importante está por trás dos assaltos nas rodovias alagoanas. Muito importante no sentido de que, até hoje, não se consegue prender ninguém – apesar da freqüência como os assaltos acontecem.
Na BR 101, passando por São Sebastião, os assaltos a caminhoneiros datam ainda de quando o Mar Morto ainda estava doente – não tinha morrido.
As cargas de eletrodomésticos, móveis e alimentos desaparecem como por encanto; até parece que existe um túnel invisível por onde a carga roubada é escoada e reaparece depois no comércio legal como não se fosse cabrito.
Perguntei a uma autoridade policial por que a polícia não monta barreiras noturnas nas rodovias e a resposta foi estarrecedora:
- Não podemos expor o policial ao perigo.
Agora imagine no mundo uma função policial que não implique em perigo, em correr risco! Não existe; só existe em Alagoas e por isso os assaltos são tão freqüentes e impunes.
O mais grave é que muita gente sabe quem são os assaltantes e para quem eles entregam a carga roubada. Basta circular pelo Agreste do Estado e numa conversa à toa levanta-se a ficha de cada um.
E se o crime continua é porque tem alguém com poder de desviar o curso da história; quem sabe, trata-se da raposa designada para apurar o rombo no galinheiro e o sumiço das galinhas.
Para os caminhoneiros obrigados a correrem o risco, resta apelar para o santo protetor dos assaltantes nas rodovias alagoanas e pedir clemência.
Porque a polícia, à noite, dorme pois ninguém é de ferro.