E deu-se então o que o blog anunciou dois dias antes e não foi por premonição de vidência mediúnica, mas de vidência que a experiência permite depois de alguns anos na profissão.

O ex-governador Ronaldo Lessa é candidato a governador. E disso sabíamos todos que analisamos o contexto político, antes de analisar o político.

O nome da vez para disputar o governo do Estado era o prefeito Cícero Almeida, mas o contexto político lhe é duas vezes desfavorável. Vejamos:

1) A candidatura de Almeida ao governo significa a candidatura de Lessa ao Senado – e isto atrapalha demais a reeleição do senador Renan Calheiros.

2) O prefeito Cícero Almeida teria que entregar a prefeitura em março, à vice Lourdinha Lyra – que tem queixa contra o comportamento dele em relação a ela. Lourdinha iria nomear os secretários da sua confiança, principalmente para as Finanças.

Esse foi o impasse que fez Almeida recuar. Sim, também houve má-vontade em relação ao nome do prefeito, por conta da candidatura dele resultar na candidatura de Lessa para o Senado.

Almeida sentiu que deram corda e sumiram; nunca mais se encontraram e a lembrança que ficou foi mesmo a fotografia de Brasília.

Lessa fez exigências e vai sair numa boa, ainda que perca a eleição. Se perder ele é o candidato a prefeito de Maceió em 2012, com apoio do grupo que se dispersou por conveniência e se juntará por afinidade mais à frente. É só esperar.

Está, pois, formada a chapa da Frente de Oposição – que um dia se chamou chapão. Para o governo do Estado: Ronaldo Lessa; para senadores: Renan Calheiros e Benedito de Lira.

Se o delegado federal José Pinto de Luna conseguir ser candidato ao Senado, ele terá de caminhar por fora dessa raia. E já imaginaram se ele caminhar na paralela que leva às pegadas de Heloísa Helena?