Apagaram o candeeiro e derramaram o gás. Colocaram a culpa nos raios, pelo apagão que atingiu alguns municípios alagoanos, mas isso é uma injustiça contra a Natureza.

A culpa é da Companhia Energética de Alagoas (Ceal).

Podemos dizer que a culpa é dos administradores públicos e, entre esses, se incluem os governadores que até 1997 foram responsáveis pela empresa.

Quando o então governador Divaldo Suruagy vendeu a Ceal, para pagar os salários atrasados do funcionalismo, a empresa já estava um lixo.

E de lixo a pior.

O sistema ainda funciona em algumas áreas, mas no alto Sertão, principalmente em Canapi e Inhapi., desde o começo da década que o fornecimento de energia é precário.

Depois das 18 horas dá-se a queda de voltagem.

Não houve investimentos no setor de energia elétrica, embora Alagoas esteja bem servida com duas hidrelétricas – Paulo Afonso e Xingó.

Interessante é que a Ceal não investiu na melhoria dos serviços que presta, mas cobra o preço mais caro da região. Eu estive no assentamento dom Helder Câmara, na divisa de Alagoas com Pernambuco, no alto sertão, e perguntei ao líder dos sem-terra porque eles optaram pela energia elétrica fornecida pela empresa pernambucana.

Resposta: é mais barata que o preço cobrado pela Ceal.

Agora é correr contra o tempo, porque não dá para ficar culpando o raio indefinidamente. Aliás, culpando indevidamente.

Ou, então, é se preparar para  contar os prejuízos com os apagões que virão. E aainda agradecer à Ceal por não mandar os conumidores para o raio que os parta!