Não foi bala perdida que ceifou a vida de uma criança de 8 anos de idade, no Tabuleiro do Martins.
A bala precisa de espoleta e a espoleta exige alguém para detoná-la. Sem essa interação a bala não sai de casa – logo, não se perde assim como querem fazer crer.
A bala que mata foi achada – ainda que não tenha sido pelo alvo mirado; ainda que venha aleatória.
Há, na periferia de Maceió, uma guerrinha particular que a sociedade acompanha pelos portais de notícias. Ainda há quem se indigne, mas há também os que vibram.
A guerrinha particular mata os semelhantes; de ordinário, são usuários de drogas. A motivação do crime virou chavão e facilita a burocracia policial.
Em alguns casos não há sequer inquérito; a vítima já estava mesmo incomodando a terra, de modo que tê-la deixado foi alivio até mesmo para a família.
É o já vai tarde! Ou demorou!
E assim caminha a humanidade, contando os seus mortos dessa guerrinha particular na periferia e chorando os enganos – as balas perdida que acham a cabeça de uma criança, como aconteceu no Tabuleiro do Martins.
Uns culpam o governo, a polícia e a justiça; outros culpam a tentação do demônio e o afastamento de Deus – que destrói a família, a moral e os bons costumes.
Todos reclamam e ninguém se entende.
A sociedade exige mais policiais na rua, para resolver o problema na bala. E como bala por bala não é problema, uma vez e outra sobrará uma bala perdida para alguém perdido feito cego em tiroteio.
Como sair dessa, alguém sabe dizer?