A calçada é do povo, como o muro é do calango. Mas, tem muro com caco de vidro, espetos de ferro e cerca elétrica, assim como tem calçada com carro estacionado e outros obstáculos.
Os obstáculos no muro do calango são defesa dos homens; os obstáculos nas calçadas do homem são agressões de outros homens – que o poder público não pune.
É assim com as calçadas de Maceió; na Capital alagoana o passeio público é área privada na parte comercial, tais como: Avenida Jatiúca, Avenida Fernandes Lima e até na periferia. Na orla marítima cada palmo de chão vale ouro.
Mas, a SMCCU voltou-se apenas para orla marítima e, ainda assim, contra o pequeno comerciante, especialmente as tendas de tapiocas – que estão no limite de sete cadeiras, sob argumento de que estavam ocupando as calçadas.
E é só eles? Cadê os outros?
Pois é; muitas das calçadas de Maceió há tempo deixaram de ser do povo, do pedestre; deixaram de ser públicas e se tornaram áreas privadas para estacionamento de veículos. Na Avenida Jatiúca tem calçadas que são oficinas mecânicas – e a SMCCU finge não ver.
Essa ação isolada da SMCCU contra os pequenos comerciantes de alimentos na orla marítima fica assim sob forte suspeita quanto ao real objetivo; a tapioca é forte concorrente da culinária sofisticada vendida na área.
Se a ação da SMCCU fosse geral e irrestrita tudo bem; mas, direcionada não agrada a ninguém.
O que a SMCCU deveria fazer era fixar o limite de ocupação do passeio público; nunca fixar o número de clientes que as tendas de tapiocas podem atender.