Nos primeiros oito dias do novo ano foram assassinadas 30 pessoas em Alagoas – o que dá média de três mortes por dia.
Os dados foram estampados como manchete da Tribuna Independente deste domingo, com matéria da jornalista Ana Paula Omena baseada em dados oficiais.
No ano passada foram duas mil mortes, o que dá a média de 5 assassinatos por dia. Número de quem está em guerra, sem dúvida.
A causa dessas mortes ou, melhor dizendo, a causa dessa violência desenfreada é a droga. O crack, mais diretamente, porque é droga compulsiva.
O crack é o pus da cocaína, destinado aos viciados de baixa renda, que não têm acesso ao mercado da cocaína – que é elitista e discrimina pelo preço.
Não é fácil entender esse quadro devastador, principalmente porque a droga deriva da cocaína – que não é produzida no Brasil.
Também não adianta o combate pelo simples enfrentamento, e nesse particular os números também estão à mostra; basta acessar os portais de notícias para saber o total de prisões e apreensões que a polícia realiza por dia – e no dia seguinte aparece nova demanda a ser reprimida.
É uma luta diária sem trégua; uma luta sem-fim.
O pior é que está havendo a banalização; a sociedade está sendo obrigada a se acostumar com a violência e isto é muito sério.
Quando não é mais possível se indignar, então não é mais possível se fazer nada. O poder público parece andar na contramão – quanto mais investe, mais violência vem.
Afinal, onde foi que erramos?