- Não abro mão do dinheiro! Disse a desembargadora Elizabeth Carvalho, presidenta do Tribunal de Justiça, batendo à mesa.

- Não temos dinheiro! Reagiu o governador Téo Vilela, se levantando e abandonando a reunião com os desembargadores.

O governo não tem como atender o pleito do Tribunal de Justiça para reajuste do duodécimo; o que o TJ quer o Estado não tem condições de dar e o impasse continua.

Na reunião entre as partes decidiu-se formar uma comissão de alto nível, mas pouco poderá fazer; o governo é irredutível: não tem dinheiro para pagar nada mais.

Em entrevista a jornalista Liara Nogueira, na TV Gazeta, o super-secretário do desenvolvimento, da infra-estrutura e das finanças, Sérgio Moreira, foi taxativo: se o acordo não sair o governo envia à Assembléia Legislativa uma proposta orçamentária deficitária.

O déficit é de 68 milhões mensais – que é o valor exigido pela Justiça no reajuste do duodécimo.

Isto é inédito na história da contabilidade pública e privada; é inédito na história de Alagoas – igual o secretário Sérgio Moreira colocou.

Se o impasse continuar, o caso terá de ser resolvido pela Assembléia; caberá aos deputados cortarem investimentos, para o orçamento estadual se enquadrar à lógica contábil: receita e despesa são iguais.

Entre os investimentos que devem ser cortados é em custeio administrativo, onde se inclui a despesa com pessoal. E, sendo assim, o aumento do duodécimo do TJ implica na impossibilidade de o governo reajustar os salários, vencimentos e soldos do funcionalismo.

Pense! No ano eleitoral os deputados terão a batata quente nas mãos; terão de cortar o queijo e capar o rato.

Sérgio Moreira admitiu que somente o Poder Judiciário tem condição de reajustar os salários dos seus servidores.