O que o padre Eraldo quis dizer na homilia durante a Missa do Vaqueiro, celebrada em Mata Grande, é que o bispo da Diocese de Palmeira dos Índios, dom Dulcênio, é responsável pela morte do padre Tito, pároco de Pariconha – que se suicidou.
De acordo com padre Eraldo, muitos padres sertanejos estão deprimidos e insatisfeitos por causa do bispo.
O cisma na Igreja Católica no Sertão está descambando para uma situação que coloca em xeque o trabalho do bispo e remete a todos ao mergulho no passado, com a história do padre Cícero – que foi perseguido por um bispo intolerante e ranzinza.
Dom Dulcênio tem se rebelado contra a prática litúrgica dos padres sertanejos e ignora solenemente o sucesso da pregação. Nenhum religioso em Alagoas consegue juntar tanta gente igual ao padre Sizo – mas, para o bispo, isto não importa.
Ora, se o pastor vive do rebanho que conduz o que afinal importa para o bispo? Um rebanho minguado?
Com o padre Cícero havia o temor de que ele liderasse o surgimento de uma Igreja Católica Apostólica Brasileira – em contraposição à Igreja Católica Apostólica Romana.
O Vaticano temia isso, sem entender que o padre Cícero era apenas um – sem dúvida o mais famoso – dos religiosos na região do Cariri. Antes do padre Cícero, outros religiosos atuaram na região no entorno do que hoje é Joazeiro – e Joazeiro deveria estar para os católicos assim como Meca está para os muçulmanos.
Aliás, na história do Cristianismo só um homem se tornou líder religioso sem ter sido peregrino – e foi exatamente o padre Cícero, que ainda hoje atrai anualmente 2 milhões de pessoas.
A Igreja Católica não levou em conta as recomendações do frei Leonardo Boff – que também foi desprezado pelo Vaticano. Boff alertou para o distanciamento do catolicismo com a realidade cultural brasileira e sugeriu o sincretismo como única fórmula de manter o rebanho intacto.
O Vaticano não quis ouvir Leorando Boff, mas o bispo Edir Macedo e o apóstolo Santiago colocam em prática o que o teólogo ensinou. A Igreja Universal e a Igreja Mundial se utilizam de práticas que referendam o sincretismo pregado por Boff.
Pelo número de fiéis que acompanham o padre Sizo fica claro uma coisa: o povo precisa do padre, não precisa do bispo.
E sem fiéis não existe igreja nenhuma.