- Escritórios (de advocacia) inescrupulosos enganaram a boa fé das pessoas.

É assim que o senador Renan Calheiros (PMDB) define o esquema antigo para pagamento de precatórios – que ele derrubou com uma emenda constitucional.

A emenda tem obrigado Renan a se explicar, diante da reação da Ordem dos Advogados do Brasil – que batizou a emenda de Renan de PEC do Calote.

Renan é capaz de subir nas paredes quando ouve isto; quando lê as críticas negativas à emenda de sua autoria.

Numa entrevista de capa à revista Municipal, o senador parece conduzir a pergunta e a resposta. Ele partiu para o ataque:

- Em Maceió existem dois ou três (escritórios de advocacias) que colocavam até olheiros em hospitais, para tomar precatórios de pessoas doentes pagando dez por cento do valor. O calote criou uma nova indústria de agiotagem explorando pessoas menos informadas Eles compram precatórios com deságio de noventa por cento. O trabalhador tem direito a mil, eles compram por cem reais e depois negociam pelo valor de face Estes agiotas é que estão falando contra.

Renan defende a proposta que apresentou porque favorece aos humildes – que vão receber o que têm direito diretamente de quem deve: nação, estado ou município. Ele também disse que ninguém é obrigado a participar do leilão.

Na proposta de Renan, metade do valor dos precatórios vai à leilão pelo menor preço. Ou seja: vende quem der o maior desconto.

Em tom ameaçador – ou no mínimo de advertência – o senador Renan Calheiros completou a entrevista:

- Agora que o assunto está juridicamente resolvido, o Senado Federal pensa em propor uma CPI para investigar escritórios (de advocacia) inescrupulosos que exploraram a boa fé das pessoas.

Caros internautas: Renan ameaçou, advertiu ou avisou para pararem de chamar sua PEC de PEC do Calote?