O ex-tenente-coronel Manoel Cavalcante tem razão: a gangue fardada nunca existiu. O termo é uma invenção da imprensa açodada – que apenas noticia, mas nunca informa.

É preciso entender a diferença entre notícia e informação; quem sabe dessa diferença dá razão a Cavalcante – que foi acusado de chefiar uma gangue que nunca existiu.

O que existiu foram governos coniventes com criminosos e que usaram Cavalcante até como delegado encarregado de apurar crimes – um absurdo sem precedentes, mas que se praticou em Alagoas.

E por que Cavalcante foi preso e perdeu a farda?

Porque desafiou o Exército, no episódio do cerco popular à Assembléia Legislativa para colocar o governador Divaldo Suruagy para fora. Lembram-se dos Ninjas em posição de tiro na sacada do prédio do Arquivo Público?

O comandante do exército quis saber quem eram aqueles homens ousados que apontavam suas armas para a tropa e disseram que eram os homens do Cavalcante.

A partir daí começou a derrocada de Cavalcante – que é carrasco e vítima de um mecanismo que não criou, mas que ajudou a se manter.

Gangue fardada nunca existiu e Cavalcante tem razão. O que existe é a gangue civil e esta é imexível.

Agora, Cavalcante não deveria acusar ninguém e muito menos deputados. De nada vai adiantar; não vai dar em nada e somente ele, e a família do cabo Gonçalves, é quem vai arcar com o prejuízo.

O resto é espetacularização barata, pirotecnia de vaga-lume de benefício na previdência.