Por volta das 06hs30min do dia 06 de dezembro de 2007, saí de uma pousada na Jatiúca, onde estava hospedado temporariamente, com destino à sede da Polícia Federal.

Havia apenas dois dias que tinha tomado posse como Superintendente aqui em Alagoas.

No trajeto percebi várias viaturas e policiais federais transitando pela orla. Alguns diligenciavam em edifícios luxuosos na praia da Ponta Verde. Liguei o rádio do carro e os locutores estavam num verdadeiro delírio, dando notícias a cada minuto sobre o que estava acontecendo na cidade de Maceió e no interior do Estado.

Era o desencadeamento da Operação Taturana!

Ao chegar na PF percebi que aquela operação policial não seria mais uma, igual a tantas outras que tinha participado ou coordenado. Algo me dizia que seria diferente. E realmente foi...

Aquelas pessoas presas que chegavam algemadas a todo instante nada significavam para mim, pois eram apenas, e tão somente, mais alguns criminosos.

Mas algo cheirava diferente, uma vez que até os colegas lotados aqui aplaudiam e se abismavam com a ação policial, fazendo coro aos populares, advogados e repórteres que entupiam a frente do prédio da superintendência.

Que loucura!

Lembram-se daquele dia?

Pois é... Hoje sei a importância que a Operação Taturana teve para Alagoas. Acho que foi pelo fato de ter fixado residência aqui e me aprofundado no perfil de cada um dos incriminados, principalmente aqueles tidos como violentos.

Dizem que o povo tem memória curta, mas devido aos nomes de batismo das operações, os indiciados sempre são lembrados.

Lá vai um Taturana!

Aquele é Sanguessuga!

Esse sofreu a ação da Navalha!

Olha o Gabiru aí gente!!!

Mas até com os nomes das operações tão querendo acabar. É que o STF sugeriu que os magistrados não fizessem menção aos apelidos no transcorrer dos julgamentos, pois isso poderia levar a um juízo de valor precipitado. São os efeitos da Democracia...

Mas tá valendo!

Gostaria de cumprimentar e parabenizar a todos que trabalham na PF pelos bons resultados apresentados à sociedade brasileira e alagoana. Parabéns aos Delegados Janderlyer Gomes e Daniel Granjeiro pelo espírito de liderança e compromisso com a causa pública, não esquecendo a participação da valorosa equipe que trabalhou exaustivamente na Operação Taturana, que completa dois anos...

Taturana vira borboleta???