Em 1974, acompanhei o então secretário de Saúde, Armando Lages, numa inspeção noturna à orla da Pajuçara. O objetivo era flagrar os apartamentos ligados à rede pluvial.

O secretário havia detectado foco de hepatite na Praia da Pajuçara.

Não foi difícil; o apartamento flagrado ainda hoje existe e não estou certo de que tenha resolvido o problema – que é antigo e complicado.

Só há uma solução: fechar as entradas à rede pluvial – afinal, já vem chegando o Verão. Os dejetos despejados retornariam em odor a cada apartamento em edifício transgressor.

Mas, esta solução implica em problema para muita gente. A Ponta Verde e adjacências seriam uma privada só e seriam conhecidas como o Privadão de Maceió.

É melhor jogar o cocô no Mar, que no meio-fio. Já basta o cocô de cachorro que as madames deixam cair nas calçadas. Daí, tudo continua como dantes no quartel de Abrantes – ou seja: o cocô da Ponta Verde vai continuar sendo jogado nas galerias pluviais e daí para o Mar.

Mas, calma. Nós maceioenses cujos excrementos não vão para o mar, porque moramos longe, também somos convidados para o banquete da cadeia alimentar : o peixe come o cocô da Ponta Verde e a gente come o peixe, e torna a fazer cocô para jogar no mar e o peixe comer e a gente comer o peixe, e fazer cocô...

Não é assim que a banda toca? Pra que fazer questão por merda?